Crítica | A Luz no Fim do Mundo – Sai do clichê, mas não se aprofunda

Crítica | A Luz no Fim do Mundo – Sai do clichê, mas não se aprofunda

16 Outubro, 2019 0 Por Murilo Fagundes

Casey Affleck demonstrou ser uma pessoa corajosa nesse trabalho, escrevendo, dirigindo, atuando e produzido o seu novo longa-metragem “A luz no fim do mundo”, mas a pergunta é: ele fez um bom trabalho?

Com uma sinopse não muito inovadora, temos um mundo que foi atingindo por uma praga que matou quase por completo a espécie feminina. O filme vai girar em torno de um pai (Casey Affleck) e sua filha Rag (Ana Pniowky), uma das únicas mulheres que sobreviveram a essa praga.

Você pode sair contrariado se sua expectativa for assistir um drama/suspense onde os protagonistas fogem o tempo todo de perigos como tantos filmes do desse gênero, afinal era o que eu esperava, mas o filme te surpreende –positivamente– tratando mais de um filme de relação entre um pai e uma filha, do que apenas um filme de “fim do mundo.” Ele levanta algumas questões interessantes, como a diferença ente ética e moral, Fé, bondade e até mesmo puberdade.

Talvez esse seja o maior ponto do filme, o roteiro tem diálogos longos –como a primeira cena do filme– e com “historias dentro da historia”. Uma palavra boa para resumir o filme é: Linearidade, ele segue essa estratégia de ser um enredo linear, você não percebe a passagem dos atos e isso não te incomoda, mas te emerge no filme. Ele é constante em maior parte do tempo, para ser exato, tem apenas duas cenas que ele oscila quanto à narrativa, momentos em que apresenta perigo pra dupla.

A direção é satisfatória, não tem particularidades ou algo que faça você sair do cinema lembrando-se de alguma característica que define a direção do filme, por mais que em alguns momentos os planos e enquadramentos sejam de fato muito bonitos destaque para a ambientação que facilitou o trabalho. Cenas onde os protagonistas estão tendo uma conversa mais longa com certeza são as melhores e mais bonitas do filme.

Quanto à atuação você espera algo grande, afinal é o que se espera do vencedor de um Oscar de melhor ator, espera? Mas é mediana, te deixa satisfeito e você consegue se importar, mas com certeza a atuação Ana Pniowky (personagem da filha) te impressiona, ela consegue passar o que de fato ela está sentido, seja raiva, seja teimosia ou coragem e inteligência característica forte da personagem que acaba sendo carismática e interessante de ver. Além disso, ele (Casey Affleck) não é o único grande nome do filme o elenco também conta com a Elizabeth Moss, mas você não consegue medir a atuação dela por conta do seu tempo de tela que é minúsculo.

No final o filme acaba sendo bom, mas poderia ter ido mais, poderia ter aproveitado o que ele proporcionou a entregar e ter aprofundado, pois por m ais que tenha sido bom acaba sendo esquecível.