Análise | Eu já estive no inferno antes, e se chama Sala Vermelha.
15 Julho, 2019A palavra Inferno pode ser associada a dor, sofrimento e tristeza e nesse contexto, em talvez muitos outros, de todos os personagens que passaram pelos vingadores, muito provavel que essa seja uma das jornadas de heróis mais triste. Por mais que a Sala Vermelha tenha trago umas das Heroínas que mais nos apegamos no universo Marvel, ela passa longe de ter uma história feliz. E se você acredita que se jogar do penhasco foi o seu primeiro sacrifício, está completamente enganado. Sua vida é inteiramente regada a sacrifícios e dores. Essa pequena análise mostra como a Sala Vermelha deixou danos irreversíveis, marcas que (talvez) nunca serão discutidas e retratadas em um dos membros mais populares dos vingadores: Natasha Romanoff.
A Sala Vermelha
Foi uma das instalações de treinamento de espionagem do Departamento X (Programa responsável pela criação do Soldado Invernal). A “Red Room” desempenha um papel fundamental e importante na vida da personagem Natasha Romanoff. Durante décadas, serviu para uso do estado na Guerra Fria com o programa Black Widow OPS, onde 28 meninas orfãs foram altamente treinadas para tornarem-se indetectáveis agentes de espionagem, especializadas em combate corpo a corpo, com armas de fogo ou branca, fluente em várias línguas e capaz de seduzir, mentir e fazer o que for preciso servindo ao Governo Soviético. Ao longos das histórias, a Sala Vermelha foi destruída e retornou diversas vezes também. A espiã mais mortal do mundo, conhecida como a Natalia Alianovna, foi o maior trunfo do treinamento na Sala Vermelha, sendo assim recebeu para si o codinome do programa; Black Widow.
Sem sombras de dúvida, Natasha Romanoff é o primeiro nome que lembramos ao falar da Sala Vermelha. Outros nomes conhecidos que passaram por lá também foram as personagens Yelena Belova, Nadia Pym, Ava Orlova e Bucky Barnes.
Programa Black Widow OPS
O ponto inicial do treinamento da Sala vermelha foi fazer com que as meninas acreditassem que realmente eram alunas da maior escola de ballet do mundo, o Bolshoi. O Black Widow OPS constantemente trabalhava com implantação de memórias falsas sobre as jovens, com diversas lavagens cerebrais, sessões de tortura, humilhação onde nos levam a conclusão, entre si pela sobrevivência; um verdadeiro Jogos Vorazes.
A implantação de memórias falsas serviam para manter os experimentos sob controle. Durante anos na Sala Vermelha e fora dela, a própria Natasha acreditava ser uma bailarina, e ser muito boa nisso; mas uma coisa era fato, é que ela nunca esteve dançando balé, e sim cortando gargantas, acreditando fazer o certo para o seu País.
Lavagem cerebral parece fichinha quando analisamos mais a fundo sobre as habilidades das garotas treinadas ali dentro. Um das atribuições dada a Natasha, é além de ser uma perfeita mentirosa, elas precisam aprender a seduzir e ir muito além de aguentar dor.
Fidelidade precisa ser testada!
Nenhum aluno é aprovado sem antes passar por uma prova que está apto a seguir o seu caminho. Suponhamos que não exista métodos fáceis, agradáveis ou respeitosos para chegar lá quando falamos da Sala Vermelha; para ser a melhor assassina e a melhor espiã, significa que você precisa passar por um teste e merecer esse título. Você sabe do que estou falando, das medidas menos amigáveis. Seus treinadores não permitiriam um fracasso; o que significa apenas uma coisa, treinar e submeter-se a até o seu último limiar de dor e força. Estou falando de sequestros, castigos, violência, abusos físicos e psicológicos até que você esteja pronto a sair de casa e voltar com sua missão concluída e viva.
Natasha é um super soldado também. Ela recebeu uma variante do soro que aprimorou e intensificou tudo aquilo que ela foi treinada para ser. Dando também a possibilidade de estender seu tempo de vida. No filme Era de Ultron mencionam o fato dela ter sido esterilizada e a justificativa para tal ato é que ela nunca poderia fracassar numa missão e ser tentada a trocar seu objetivo com qualquer tipo de entretenimento.
Como uma humana aprimorada biologicamente, atrás do soro de super soldado possa ser outro instrumento que não seja uma benção em sua vida também. Talvez o soro para o Capitão América tenha sido um presente, feito para se tornar ainda melhor para uma nação, em outra versão ele é usado na Natasha a tornando uma verdadeira máquina de matar, impossibilitada de manter relações duradouras e sentimentais. Nos quadrinhos, todas as vezes que ela tentava escapar e viver uma vida diferente, o fantasma da Sala Vermelha estava ali para arrastá-la ao mesmo buraco, recalibrando o seu cérebro para que ela fosse apenas uma máquina de guerra.
O fim!
Personagens como Tony Stark e Steve Rogers tiveram uma escolha a fazer; em um morou o sonho de servir sua pátria, o outro queria assegurar-se que sua criação jamais voltasse a parar em mãos erradas causando destruição. Mas afinal de contas, qual o foi desejo da Natasha Romanoff? Tony Stark, Bucky e Steve, nos mostraram como foi conviver parcialmente com personagens que apresentavam sinais nítidos de estresses pós traumáticos, mas aonde esteve a cabeça da personagem até o momento? Ela continua sendo um baú de segredos.
Partindo do pensamento que todo herói tivesse um sonho, um desejo e uma família, colocamos a frente uma personagem que viveu praticamente nenhum momento de felicidade e quando começou a ter o gosto, ela os perdera. Por fim corre o risco de nunca ter. Ela vivia em um lugar onde os sonhos, as esperanças e o livre arbítrio definitivamente nunca existiram. Presa a outras 27 meninas, que no futuro seriam descartadas por não alcançar o potencial requerido; o processo para ser a melhor do mundo requeria muito mais que um treinamento, esforço ou dedicação. Ele tomou toda a sua liberdade de escolha. Em Vingadores: Ultimato, vimos a personagem colocada diante de uma situação, que talvez seja a única em que ela tenha feito por vontade própria uma escolha, ainda que sobre pressão; entregar a sua vida para que o mundo voltasse ao seu equilíbrio natural. Eu não estou dizendo que seu sacrifício deva ser aprovado, mas que lhe seja dado um momento só seu agora e vê-la além através de várias cicatrizes.
Sou cinéfila e meu filme favorito é indie e pouco conhecido, ele se chama Barbie Fairytopia.