Análise | Krypton: Uma série essencial para os fãs da DC Comics

Análise | Krypton: Uma série essencial para os fãs da DC Comics

29 Maio, 2018 1 Por Ida Carolina Curty

Desde que anunciaram a série Krypton eu fiquei muito empolgada, o Superman é meu personagem preferido do Universo DC, e acredito que seja o preferido de muitos outros. Mas nas HQs o passado do seu planeta não é muito explorado e com essa série poderíamos entender muito mais sobre seus antepassados e o significado do S estampado em seu peito.

Não deu outra, Krypton fala disso tudo e muito mais. A série criada por David S. Goyer (roteirista de Man of Steel) e Damian Kindle para o canal SyFy, já começa nos mostrando uma sociedade kryptoniana totalmente teocrática, onde todas as ações são submetidas ao Deus Rao manifestado através de um porta voz, o chamado a Voz de Rao. Devido a descobertas que colocariam a prova o seu deus, Val-El, tataravô de Kal-El, é condenado a morte e a casa El deixa de existir, seus membros são renegados vivendo as margens da sociedade. 14 ciclos depois é onde nossa história começa, tendo como protagonista Seg-El, avô do Superman, e cabe a ele recuperar a honra da sua casa e sua família.
A direção é fantástica, logo no piloto da série temos referência ao Superman de Richard Donner, principalmente a capa que Adam Strange, um herói vindo do futuro, entrega a Seg mostrando a ele a importância que seu neto tem para o futuro e o quanto o simbolo do S significa para todos. Os efeitos visuais e sonoros também estão muito bons, os prédios da grande Kandor me fizeram pensar diversas vezes que estava em Star Wars (inclusive, temos referências à série de filmes haha) as naves também dão essa impressão.

Reprodução @ Syfy

O roteiro de David Goyer consegue ser bem eficiente, mostrando toda a crença, o jogo político e tudo mais que fizeram Krypton ir de um planeta muito evoluído tecnologicamente a poeira. Goyer também soube construir muito bem a trama, com personagens bem trabalhados e que evoluem bastante durante toda a série, e quando digo que evoluem digo com toda verdade, no primeiro episódio você começa amando uns personagens e odiando outros e já no último você se vê odiando os que amou e amando os que odiou. Mas como nem tudo é perfeito, tivemos algumas falhas, algumas coisas que foram “jogadas” para nós e que demora um pouco a acostumar com a ideia, como, por exemplo, o romance de Lyta Zod com Seg-El.

Temos também a introdução de um personagem muito importante nos quadrinhos, o General Zod, a série explora mais sobre a casa Zod e o que fez um dos maiores inimigos do Superman ter suas motivações mostrando mais do passado dele. Ponto para a maquiagem e efeitos lindos de Brainiac e Doomsday.
E o que não podia faltar aqui, a série tem bastante representatividade com Nyssa-Vex, uma personagem assumidamente bissexual, e temos uma cena que da a entender que Adam Strange também é, o que vale destacar porque na sociedade kryptoniana não eram considerados sentimentos já que os casamentos ja eram planejados e a forma de reprodução é genética através da câmara genesis.

Quero dar um destaque também para a atuação de Elliot Cowan como Daron-Vex, que atuação meus amigos, se superando a cada cena.
Com diálogos surpreendentes de um roteiro sensacional, Krypton conta também com uma produção excelente, a construção do mundo ficou fantástica! É notável a inspiração nos designs de produção de Man of Steel, o que pode indicar, talvez, que a série se passe no Universo Cinematográfico da DC.
Krypton honra muito bem o nome do Superman, mesmo sem sua participação, com a segunda temporada já confirmada torço para que a série mantenha o mesmo nível e até melhore, corrigindo alguns erros e pequenas falhas notáveis. É uma boa pedida para os fãs do Superman, que assim como eu querem ver mais do personagem explorado nessa nova fase da DC nas telonas.

Discurso de Val-El para Seg-El quando ele havia perdido as esperanças
“Conhece as origens do brasão El? Vem de uma antiga palava kryptoniana que significa esperança. Nossa casa não apenas recebeu aquele simbolo, nossos ancestrais o escolheram e as novas gerações definiram isso. Não através de palavras, mas de ações. Enquanto houver um El em Krypton, haverá esperança, e esperança pode ser uma arma poderosa.”