O medo que a mulher causa na sociedade

Desde a era comum quando o cristianismo entrou em evidência na nossa cultura foi instaurado que o homem seria a base da sociedade, enquanto a mulher seria quem cuidasse das tarefas domésticas, a privando de trabalhar, votar e ter opinião

Com as mulheres em casa os homens ricos tinham livre acesso a qualquer tipo de informação, conhecimento e usou disso tudo para conseguir mais poder, vemos bastante disso na série Salém disponível no Star+. Pode parecer que estou fazendo uma dura crítica ao cristianismo e todo mal que ele fez na nossa sociedade, eu estou.

Nem sempre a ciência foi absoluta e tão avançada como conhecemos hoje, antes morríamos de doenças que hoje conseguimos lidar facilmente, como por exemplo uma gripe, resfriado e até uma simples febre quando não é procurada ajuda. Sempre houveram pessoas que tinham os conhecimentos das alquimias, conheciam as propriedades das plantas e faziam partos por toda comunidade. A igreja desconhecia desse tipo de conhecimento e preferiu demonizar qualquer tipo de prática que seja contra eles, acusando-as de bruxaria, sortilégios e dominação, existe até um livro bem sádico que hoje acabou se tornando material de estudo para o meio pagão, o Malleus Maleficarum que vem do latim Martelo das Feiticeiras (1487). Neste livro ele ensina a torturar mulheres, ensina a faze-las confessar suas práticas através das mas sórdidas práticas de tortura, não preciso nem mencionar quem foi que criou esse livro.

A partir disso a imagem feminina começou a ser usada como algo maléfico e diabólico, se você conhece ou se lembra da inquisição sabe tudo o que houve e o porquê. Aí você me pergunta o porque estou dando essa aula de história. Simplesmente porque aqui vou apresentar filmes de bruxas, desde o cinema a bruxa é retratada como malvada, usando chapéu pontudo e verde como vimos em Mágico de Oz (1939) e nas animações da Disney e conforme o cinema foi mudando a bruxa deixou de ser verde mas manteve seu aspecto: Raivosa, cheia de mágoas, aficionada por crianças e práticas satanistas, o que não faz sentido.

Na nossa sociedade sempre vemos mulheres fortes tendo seu poder diminuído e sempre tem homens por trás disso, um grande exemplo de Britney Spears, pode ser em filmes, músicas e na política, onde mais vemos a misoginia.

Logo abaixo apresento a vocês diversas obras de diferentes épocas, tem desde o mais fantasioso até o que podemos levar a sério, tanto no quesito de bruxaria como de representação feminina.

Recomendação de filmes e séries.

A Bruxa (2015)

Nova Inglaterra, década de 1630. O casal William e Katherine leva uma vida cristã com suas cinco crianças em uma comunidade extremamente religiosa, até serem expulsos do local por sua fé diferente daquela permitida pelas autoridades. A família passa a morar num local isolado, à beira do bosque, sofrendo com a escassez de comida. Um dia, o bebê recém-nascido desaparece. Teria sido devorado por um lobo? Sequestrado por uma bruxa? Enquanto buscam respostas à pergunta, cada membro da família enfrenta seus piores medos e seu lado mais condenável. Disponível na Netflix.

Love Witch (2016)

Elaine (Samantha Robinson) é uma jovem bruxa que está determinada a encontrar o homem de sua vida. Ela leva homens para seu apartamento e faz magias e poções a fim de seduzi-los. Tudo funciona bem, mas ela acaba com uma série de vítimas infelizes. Quando ela finalmente encontra o homem de seus sonhos, seu desespero para ser amada a torna insana.

As Bruxas de East End (2013 -2014)

A série é centrada nas aventuras de uma mãe e suas duas filhas já adultas, que não sabem que fazem parte da próxima geração de bruxas da família. Quando uma das filhas fica noiva de um jovem recém-chegado à cidade, uma série de eventos obriga a mãe a revelar o segredo às suas filhas sobre quem elas realmente são.

Salém (2014-2017)

Ambientada no Século XVII, Salem acompanhará os julgamentos das mulheres acusadas de bruxaria em Salem, Massachussets, em uma grande aventura repleta de acontecimentos sobrenaturais, romance e ação. Disponível no Star+.

A Feiticeira (2005)

Em A Feiticeira, Isabel (Nicole Kidman) é uma bondosa bruxa, que vive no vale californiano de San Fernando e deseja mudar de vida. Isabel está decidida a renegar seus poderes sobrenaturais e levar uma vida normal. Enquanto isso Jack Wyatt (Will Ferrell), um ator que deseja resgatar sua carreira, se dedica integralmente à nova versão da clássica série de TV A Feiticeira, exibida nos anos 60, na qual interpretará o personagem Darrin. Por acaso Jack conhece Isabel, por quem sente uma atração imediata. Convencido de que Isabel poderia interpretar a personagem Samantha na série, Jack a convence a se tornar atriz. Por sua vez Isabel vê em Jack a chance de levar uma vida normal, sem precisar usar seus poderes, e por isso aceita o papel.

As Brumas de Avalon (2001)

Uma sacerdotisa prepara o nascimento de Arthur, que viria a se tornar rei para comandar a Bretanha e salvar Avalon. Com Joan Allen, Anjelica Huston e Julianna Margulies. Baseado na série literária homônima de Marion Zimmer Bradley.

Da Magia à Sedução (1998)

As mulheres da família Owens tem poderes mágicos. Mas uma maldição as persegue há mais de duzentos anos: qualquer homem que se apaixona por uma delas, morre. Descendentes da bruxa que começou este feitiço, Sally (Sandra Bullock) e Gillian (Nicole Kidman) são duas irmãs que foram criadas por suas tias (Dianne Wiest e Stockard Channing). Já adultas, enquanto Sally se mostra bastante reservada, Gillian foge de casa para ter o primeiro de muitos namorados. Após algum tempo, Sally se casa e tem duas filhas, mas seu marido acaba morrendo atropelado. Até que chega o momento em que ela deve ajudar Gillian, que se envolveu com Jimmy Angelov (Goran Visnjic), um búlgaro agressivo que as ameaça. Sentindo que correm perigo, as duas o envenenam, mas, temendo as consequências de tal ato, Gillian convence Sally que o melhor é trazê-lo de volta a vida. Uma decisão que trará uma série de complicações com polícia e com seus próprios poderes. Disponível no HBOMax

Jovens Bruxas (1996)

Uma jovem (Robin Tunney) se muda de São Francisco para Los Angeles para começar uma nova vida. Lá conhece três alunas do colégio onde estuda que se dedicam ao ocultismo e à magia (tanto que têm a fama de bruxas entre seus colegas). Quando as quatro fazem amizade e começam a praticar magia juntas, desencadeiam um poder que foge do controle, gerando trágicas consequências.

As Bruxas de Salém (1996)

Em Salem, Massachusetts, 1692, algumas jovens fazem “feitiços”. Uma delas, Abigail Williams (Winona Ryder), tinha se envolvido com John Proctor (Daniel Day-Lewis), um fazendeiro casado, quando trabalhou para ele, mas após o fim do caso foi despedida. Assim, desejava a morte de Elizabeth Proctor (Joan Allen), a esposa deste. Elas são descobertas no seu “ritual” e, acusadas de bruxaria, provocam uma histeria coletiva que atinge várias pessoas, sendo que Abby, a jovem desprezada por John, faz várias acusações até ver Elizabeth ser atingida.

Abracadabra (1993)

Winnie (Bette Midler), Sarah (Sarah Jessica Parker) e Mary (Kathy Najimy) são três bruxas do século XVII, que chegam ao século XX após seus espíritos serem evocados no Dia das Bruxas. Banidas há 300 anos devido à prática de feitiçaria, elas estão dispostas a tudo para garantir sua juventude e imortalidade. Porém, precisarão enfrentar três crianças e um gato falante, que podem atrapalhar seus planos. Disponível no Disney+.

Convenção das Bruxas (1990)

Após a morte do pai, Luke (Jasen Fisher), 10 anos, é levado por sua avó (Mai Zetterling) para um hotel na Inglaterra. Lá o garoto descobre que um grupo de bruxas está fazendo uma convenção e que pretendem transformar todas as crianças do mundo em ratos. Descoberto, ele acaba virando um roedor junto com outro garoto, mas não desiste de parar o plano da senhorita Eva Ernst (Anjelica Huston), a líder da convenção das bruxas.

Suspiria (1977/2018)

Suzy (Jessica Harper) é uma jovem americana chega em Fribourg para fazer cursos em uma academia de dança de prestígio. A atmosfera do lugar, estranho e perturbador, acaba surpreendendo a garota. Quando uma jovem estudante é assassinada, Suzy entra em estado de choque. O ambiente fica ainda pior quando o pianista cego da academia morre atacado por seu próprio cão. A jovem descobre que o local já foi a casa de uma bruxa conhecida como a Mãe dos Suspiros.

Casei-me Com Uma Feiticeira (1942)

Em 1672, os bruxos Jennifer (Veronica Lake) e Daniel (Cecil Kellaway) foram queimados pelo puritano Jonathan Wooley (Fredric March). Como vingança, ela amaldiçoou todas as futuras gerações da família Wooley a casarem seus filhos com a mulher errada e serem infelizes. No século XX, um raio libera Jennifer e seu pai da árvore que mantinha suas almas presas. A bruxa decide tornar o político Wallace Wooley mais deprimido ao fazer ele se apaixonar por ela antes do seu casamento, com o uso de uma poção mágica de amor.

Sortilégio de Amor (1958)

Em Nova York a dona de uma loja de objetos de arte, Gillian Holroyd (Kim Novak), é uma bela bruxa, que mora com um gato siamês, Pyewacket, que indiretamente a ajuda em seus feitiços. É com o auxílio do gato que ela lança um encanto sobre um vizinho, Shepherd Henderson (James Stewart), um editor que passa a amá-la tanto que rompe o noivado com Merle Kittridge (Janice Rule), que por sua vez é rival de Gillian desde quando ambas estavam no colégio. Entretanto Gillian perderá seus poderes se corresponder a este amor.

A Feiticeira (1964-1972)

Darrin Stephens (Dick York) é um jovem executivo de uma agência publicitária que, quando sai em lua de mel com sua esposa, Samantha Stephens (Elizabeth Montgomery), descobre seu segredo: ela é uma feiticeira com poderes mágicos. Embora ele a faça prometer que vai viver como uma mortal e não vai usar a magia para afetar a vida dos dois, às vezes ela o faz. Endora (Agnes Moorehead), mãe de Samantha, não aceita que a filha tenha se casado com um mortal e, no subúrbio onde eles moram, a curiosa vizinha Gladys Kravitz (Sandra Gould) suspeita que há algo de estranho com a família ao lado, mas nunca consegue explicar as situações estranhas que presencia. 

Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos (1922)

Explora as origens da feitiçaria e do satanismo através dos séculos, desde a antiguidade até os tempos modernos. Mistura imagens reais com encenações ao longo de sete capítulos. Mostra a intolerância da Igreja Católica frente aos mitos mágicos, e como ela “resolvia” esses problemas. No final, há a comparação entre o comportamento histérico das mulheres contemporâneas (1921) com o das bruxas da Idade Média, e a conclusão é que ele é bem parecido. Disponível no YouTube.

Para fazer melhorar a imersão nesse universo “bruxesco” você pode também garantir seus ingressos na exposição que o CCBB está fazendo. O evento e mais detalhes clicando aqui.

Referência: Sociocrônica (YouTube)