Crítica | Pânico: Filme respeita o legado de Wes Craven e faz jus a franquia
12 Janeiro, 2022Franquia que trouxe um novo ar ao slasher nos anos 1990 volta com tudo com um filme sincero e coerente.
Quando se fala de slasher, Pânico é um dos filmes que contribuíram para que o subgênero ficasse cada vez mais popular. Lançado em 1996, o filme fez um grande sucesso e garantiu outras sequências: alguns filmes bons e outros nem tanto. Pânico retorna após 10 anos desde o último filme lançado, e é dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett.
A história conta sobre Samantha Carpenter, que retorna a Woodsboro após sua irmã sofrer um ataque do Ghostface. Samantha se vê obrigada a ficar na cidade para descobrir quem é o assassino e resolver um mistério de seu passado.
Estamos vivendo um período no qual as franquias do terror estão retornando com filmes diferentes e tentando dar uma repaginada em suas histórias. Halloween (2018) foi um filme que teve um retorno triunfal, principalmente porque a franquia sofreu bastante com continuações e reboots. Pânico é uma sequência de todos os quatro filmes que vieram antes, mas aqui eles conseguem muito bem equilibrar as histórias fazendo referências ao filme clássico de 1996 e brincando com a própria narrativa.
Em diversos momentos o filme tenta brincar, inclusive, com a própria história da franquia. Aqui o foco é em torno de “Facada”, filme fictício inspirado nos acontecimentos dos ataques em Woodsboro em 1996, e foi adaptado do livro de Gale (Courteney Cox), uma das personagens centrais da trama. Além disso, a produção também faz referência a filmes populares do terror nos últimos anos, usando outros sucessos do gênero a seu favor.
O roteiro não tem medo de não se levar tão a sério em alguns momentos, uma vez que eles sabem que a franquia ficou popular por criar muitos dos clichês em filmes de terror ao longo dos últimos quase 30 anos. Além disso, o roteiro tem uma história bem interessante e que de passa longe de ser desagradavel, além de saber o timing certo para cada cena.
Os personagens são bem carismáticos e chamam bastante atenção na tela. Melissa Barrera, Jenna Ortega e Jack Quaid são os grandes destaques do filme e possuem uma ótima sincronia entre eles. O retorno de Nave Campbell como Sidney Prescott, assim como David Arquette como Dewey e Courteney Cox como Gale é bem legal e nostálgico, mas quase não pesa muito na história. Claro que eles possuem ligações com o assassino da vez, mas foi interessante a forma que o roteiro colocou eles no filme mesmo a história não sendo exatamente sobre eles dessa vez.
Pânico é mais uma obra do terror que entende o que a franquia sempre foi, assim como a nova trilogia de Halloween e a série de TV do Chucky: o filme não tem medo de usar os recursos já estabelecidos da franquia para construir uma história divertida e que faça sentido. Vale lembrar que este foi o primeiro título da franquia que não foi dirigido por Wes Craven, mas de qualquer forma, os diretores souberam respeitar a memória do criador, imortalizando a importância que Pânico tem na cultura pop.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.