Crítica | Eternos: Grandioso, o filme marca definitivamente a estreia da Fase 4 nos cinemas

Filme definitivo que marca a fase 4 da Marvel Studios, Eternos traz uma equipe nova para os cinemas aos olhares de Chloé Zhao. 

Dirigido pela ganhadora do Oscar e escrito pela mesma com ajuda de Patrick Burleigh, Ryan Firpo e Matthew K. Firpo, Eternos é um filme muito esperado pelos fãs da Marvel, principalmente após a Chloé Zhao ter ganhado o cobiçado careca dourado em 2021. 

Eternos fala sobre dez seres cósmicos que foram criados pelos Celestiais, seres cósmicos extremamente poderosos que são responsáveis por criações de galáxias. Na terra, os Eternos devem proteger a raça humana dos Deviantes, anomalias que ameaçam o mundo. Separados, eles recebem um sinal importante de que algo está acontecendo e que eles precisam se unir novamente para salvar o mundo. 

Desde que foi anunciado na grande SDCC 2019, os fãs ficaram eufóricos quando revelaram Chloé Zhao como diretora e também um grande elenco, incluindo Angelina Jolie. Zhao possui alguns trabalhos no seu currículo, mas já era bem conhecida entre os filmes mais indie e que mal chegavam na boca do grande público. Quase dois anos depois a diretora levou dois Oscars para casa pelo aclamado Nomadland, filme tão sensível que a fez ser mostrada para o mundo como uma das melhores diretoras da atualidade. 

Eternos é totalmente uma mistura do trabalho da Chloé Zhao com a famosa Fórmula Marvel do Kevin Feige mas de uma forma mais densa e aprofundada. Zhao tem todo o cuidado em apresentar de forma bem interessante os diálogos do filme, que sem sombra de dúvidas é o melhor de todo o MCU. A forma como os personagens têm interações, filosofias e personalidade é algo que começou bem para o primeiro filme da equipe. Questões sobre os Eternos e eventos dos últimos filmes da Marvel são bem resolvidas e o argumento é válido em relação a proposta do filme e de seus personagens. 

Eles precisam rever suas ações com o mundo e também tentam descobrir suas jornadas de forma individual, sempre se questionando sobre o verdadeiro propósito de suas existências. 

O elenco todo brilha bastante, seja a Gemma Chan como Sersi até a poderosa Angelina Jolie como Thena. Os personagens são divertidos e possuem suas personalidades. Talvez alguns sintam falta de tela para Makkari (Lauren Ridloff) e Dane Whitman (Kit Harington), personagens que aparecem pouco em tela, mas deixo o maior descaso com Kit Harington que não soma em absolutamente nada para a história. A Duende (Lia MacHugh) é uma surpresa muito agradável para o filme, ela tem uma história muito interessante e que conseguimos entender suas motivações e frustrações, uma vez que ela é uma menina com milhares de anos e tem a aparência de uma criança. 

Também temos Ikaris (Richard Madden), um dos personagens centrais da história. Apesar de ser bem importante, ele é um personagem misterioso e que aos poucos vamos entendendo mais sobre ele, assim como seu relacionamento com Sersi, que se torna quase a principal trama do filme.

Eternos também é marcado por momentos muito importantes, uma vez que é apresentado Phastos (Brian Tyree Henry), o primeiro personagem gay do MCU e também o primeiro beijo gay no MCU. Ter Lauren Ridloff no elenco também é muito importante, já que a atriz é surda e se comunica pela linguagem de sinais no filme, algo que quase nunca foi tão representado, principalmente em filmes de heróis. Na questão de representatividade, Eternos não deixa a desejar, e parece que finalmente o Kevin Feige está disposto a por mais disso nas próximas produções. 

Por outro lado, o filme trabalha muito bem as cenas de ação e momentos épicos. Com a grandeza dos Celestiais e de todos os personagens, o CGI é muito bem feito e raramente fica muito ruim. O ponto alto do filme com certeza é a fotografia de Chloé Zhao que é sua marca registrada. Zhao costuma gravar no fim do dia para aproveitar a luz natural e o que torna Eternos tão especial é a fotografia da diretora que passa uma grande sensibilidade. Vale mencionar que Eternos é o primeiro filme da Marvel Studios onde foi usado bastante locação real, principalmente pelo fato de Zhao ter levado o elenco para gravar em um vulcão. 

No final de tudo, Eternos é um filme que muitos podem estranhar por ter uma abordagem diferente e um desenvolvimento um pouco lento. É um filme que trabalha as emoções ao mesmo tempo que tem pitadinhas da personalidade do MCU. Definitivamente não é um filme que vai agradar todos os fãs da Marvel, mas é nítido o trabalho e esforço que Chloé Zhao colocou no filme, assim como a sua importância em retratar uma história que molda tudo que conhecemos da Marvel.

Apesar de Viúva Negra (2021) ser o primeiro filme da fase 4, é Eternos que da uma nova cara pra Marvel Studios. As cenas pós-créditos são a prova de que esse “Futuro do MCU” cresce cada vez mais e que novas historias estão chegando.