Crítica | Duna: Filme abre caminho para uma possível grande franquia

Crítica | Duna: Filme abre caminho para uma possível grande franquia

21 Outubro, 2021 0 Por Marcos Marques

Adaptação do famoso livro lançado em 1966, Duna é um dos filmes mais aguardados de 2021

Dirigido e escrito por Denis Villenueve, Eric Roth e Joe Spaihts, o filme se passa em um futuro muito distante no qual conhecemos a família Atreides, que recebe a missão de administrar o planeta Arrakis, que é fonte de uma substância valiosa para todo o universo. Ao longo da história acompanhamos Paul (Timothée Chalamet), duque de Atrides, que precisa lidar com grandes reviravoltas de homens que estão no poder. 

Duna é um filme que estava sendo muito aguardado desde que foi anunciado que teria uma nova versão. O livro já foi adaptado anteriormente, ganhando um filme que foi lançado em 1984 e uma minissérie lançada pelo canal Sci-fi em 2008. Porém, essa nova adaptação estava sendo planejada desde 2008, mas só em 2017 que Denis Villenueve assumiu o projeto. 

Denis é um dos diretores de maior destaque dos últimos anos, e isso criou uma expectativa para o público em relação ao filme. Duna é um filme que explora muito bem a mitologia apresentada de uma forma muito simples, somos apresentados ao enredo de uma forma muito leve, assim como também somos apresentados ao protagonista e os problemas que eles devem percorrer. Denis faz questão de mostrar todos os detalhes possíveis do filme ao mesmo tempo que planta uma semente de mistério e expectativa no espectador, que também fica atento aos detalhes conforme o filme se passa. 

Reprodução: Warner Bros. Pictures

O filme tem um ritmo bem misto, conta com algumas cenas de ação mas nada que seja tão grandioso assim. Duna possui seis livros e acredito que esse filme seja uma grande introdução para as coisas que devem acontecer caso a franquia cresça. Vale lembrar que Duna vai ganhar uma série pelo HBO Max

Queridinho do público, Timothée Chalamet brilha no filme interpretando o protagonista Paul, e por mais que seja batida a sua construção, ainda é um personagem que chama a atenção por carregar o que esperamos de um bom moço. O filme conta com um grande elenco e todos chamam bastante a atenção, mas deixo em destaque a atriz Rebecca Ferguson, que interpreta a Lady Jessica, Oscar Isaac, que interpreta Leto Atreides e Stellan Skarsgård, que interpreta o vilão Barão Vladimir Harkonnen. 

Não, eu não esqueci da Zendaya e talvez tenha sido um ponto que me decepcionou bastante no filme. Ela aparece em poucas cenas, na maioria em sonhos, mas quando aparece brilha bastante mesmo apenas com a sua presença. 

Sem sombra de dúvidas a fotografia e design do filme são os maiores destaques. A fotografia é realmente maravilhosa, deixando qualquer um de queixo caído. Denis sempre entrega uma ótima fotografia em seus filmes, mas Duna com certeza possui uma das melhores fotografias do cinema. Somado a isso, tudo fica mais incrível graças a trilha sonora composta por Hans Zimmer, compositor por trás de filmes como Batman v Superman (2016), Dunkirk (2017), No Time to Die (2017), Interstellar (2014) e diversos filmes que marcam a sua carreira. 

Apesar de algumas declarações polêmicas do diretor criticando a Marvel Studios ou até mesmo dizendo que seu filme deve ser visto apenas nos cinemas, talvez eu tenha que concordar que Duna é um filme pensado para o cinema, mesmo discordando totalmente da colocação do diretor, visto que estamos enfrentando uma pandemia. 

Muitos podem achar que Duna tenha uma inspiração em outras obras de ficção, aquelas com histórias de planetas e seres que vivem em outros universos com naves espaciais, mas Duna é pioneiro no gênero de ficção-científica e claramente serve de inspiração para diversas obras que vieram depois. Sendo assim, Duna é uma obra completa que tem tudo pra se tornar uma franquia muito interessante e que honre sua história, podendo mostrar que a ficção-científica ainda é um gênero que surpreende é que pode ser diversificado nas telas grandes. Claramente o filme vai ganhar uma continuação, e quem sabe (espero eu) que possamos todos aclamar a direção de Villenueve nos cinemas da próxima vez.