Crítica | Beckett: Mesmo com uma proposta interessante, filme se perde em sua própria narrativa
17 Agosto, 2021A Netflix parece comprometida em entregar uma enorme quantidade de produções no seu catalogo, indo de produções adolescentes até produções que ouse mais. Fica difícil acompanhar e garantir que saia algo diferente ou que se destaque.
E nesse turbilhão frenético de produções semanais surge Beckett, filme que promete uma trama instigante mas acaba derrapando em suas próprias questões, estacionando no agradável, mas raso.
Beckket (John David Washington) viaja de férias para Grécia com sua mulher April (Alicia Vikander), lá acabam sofrendo um acidente e daí surge uma trama de ação que utiliza da política de suas questões para se manter.
O filme dirigido pelo italiano Ferdinando Cito se perde em sua trama proposta, um arrastamento com uma linearidade duvidosa e presente em todo filme. Aqui a narrativa de perseguição fica confusa quando questões que podem ser resolvidas por bem menos são transformadas em algo desconexo. Sim, estamos falando de uma ficção, mas trabalhar o conceito de barreiras digitais e linguísticas em uma era tão tecnológica fica no tanto quanto questionável.
O longa não é de baixa qualidade, ele apenas peca por se repetir, porém trabalhar uma trama de ação sociopolítica merece uma relação muito mais profunda do que foi mostrado, mas mesmo assim o filme consegue ser envolvente e te prende várias vezes. A ambientação é notável e merece sim ser pontuada, o bom uso de sua locação (Grécia) de forma orgânica com certeza deixa a experiência e a construção da história mais explicita, até mesmo em suas cenas de ação que por vez são agradáveis.
No final de tudo Beckett se torna um filme de sofá, mas bastante esquecível, ele se perde na sua repetição e não sustenta o que sua trama promete, sem dúvidas uma boa proposta, mas com uma execução quase falha.
Apaixonado por cinema, cerveja e cultura POP. Negro e defensor do cinema nacional