Review | ‘Marvel’s Voices: Pride #1’ é uma surpresa agradável, mas longe de ser o evento LGBTQIA+ do ano
24 Junho, 2021Estamos no mês do Orgulho LGBTQIA+ e a Marvel Comics lançou mais um “capítulo” da Marvel Voice’s (parte de uma série antológicas que já teve os títulos: Marvel’s Voices, Marvel’s Voices: Indigenous Voices e Marvel’s Voices: Legacy.) E eles chamam de uma celebração, inspiração e empoderamento desses personagens apresentados.
Em 1992, Estrela Polar foi o primeiro personagem da Marvel Comics a ser assumidamente LGBT. E anos mais tarde, protagonizou o primeiro casamento da editora, com pessoas do mesmo sexo. Junto com o personagem Kyle Jinadu.
Claro, provavelmente você não deve estar familiarizado com esses dois nomes, porque realmente, não são personagens do mainstreaming no mundo dos quadrinhos. Afinal de contas, nos últimos dez anos explodiu novamente a era dos heróis, mas sem nenhum tipo de visibilidade significativa entre os populares. Mas isso nunca deixou de fazer parte das histórias da equipe X-Men, por exemplo.
Marvel’s Voices: Pride #1 reúne diversos heróis e vilões que se identificam como parte da comunidade LGBTQIA+ , tais como Homem de Gelo, Daken, Karma, Mística, Sina, Nico Minoru, Karolina Dean entre outros. A edição é marcada com o retorno de Allan Heinberg e Jim Cheung, produzindo um dos casais que mais amorosos e que mais chamaram atenção na editora, Wicanno e Hulkling.
Após ler a edição única lançada hoje, 23 de junho, é mais uma vez perceptível de como ainda tem um longo caminho a percorrer com o tema dentro da editora. Somos apresentados a diversos personagens diferentes, e esse primeiro ponto é que para uma história talvez seja bom, e talvez não seja muito bom, pois acontece que algumas partes podem ficar ligeiramente superficiais.
Quer dizer, não sendo exigente ou amargurado com a editora, representatividade não significa que o trabalho é perfeito. Afinal já temos algumas histórias que estão num limbo e já não fazemos ideia se algum dia podem novamente ser continuadas.
As histórias presente dos personagens, são incrivelmente doces e fofas. E muitas vezes você fica com o coração quentinho, como exemplo lendo o Victor Borkowski/Anole de Novos Mutantes. A Marvel’s Pride Voices trouxe pra ele algumas considerações que não eram possíveis ver nos quadrinhos dos Mutantes. Coisas como amizade entre a comunidade LGBTQIA + e autoconfiança, dentro da própria Krakoa, onde mesmo sendo um local acolhedor, mostra a insegurança com eles próprios.
Nós temos personagens trans aqui! Foi uma das melhores narrativas criadas e mais originais desta edição. É a história da Mulher-Hulk, a propósito não é cânone com a linha do tempo principal da personagem, a Jennifer Walters, mas é surpreendente nas entrelinhas. Ela e a Titânia estão presentes e digamos que, chamam atenção ao compartilhar entre si a história de crescer lendo sobre o seu super-herói favorito. Com muito amor envolvido entre elas.
Nós também temos a Mística, junto com a Sina. Apesar de todas as coisas conturbadas com ela, perto da Irene, ela sempre foi diferente. E agora Mística está disposta a fazer muito mais por seu amor, e é a segunda história mais interessante que vemos no quadrinho do mês do orgulho. É uma história sobre o amor delas, desde o início, algo que talvez não tenha sido possível colocar antes nos quadrinhos, mas de toda forma, deixou pedindo por mais.
Para o grande evento LGBTQIA+ da Marvel, alguns enredos, pra não dizer todos, parecem ter saído de um conto de fadas da Disney, com muito clichê e sem prender atenção. É claro, eu não vou revelar aqui mais das histórias, sempre espero que cada um que se identifique, leia e tire suas próprias conclusões. Estamos falando da Marvel, nós todos somos fãs e nós sempre vamos estar com um pé atrás.
Sou cinéfila e meu filme favorito é indie e pouco conhecido, ele se chama Barbie Fairytopia.