Crítica | Cruella: Disney entrega uma ótima live action que funciona bem para nova narrativa

Crítica | Cruella: Disney entrega uma ótima live action que funciona bem para nova narrativa

29 Maio, 2021 0 Por Murilo Fagundes

Sendo uma das vilãs mais memoráveis da Disney, Cruella passou por animações e live action famosas, então para a Disney seria difícil uma releitura que conseguisse suprir as expectativas do grande público.

Emma Stone encarna Cruella De Vil, nessa releitura criativa e instigante que mistura elementos de filmes de assalto com uma apegada de O Diabo Veste Prada (2006), e transforma em um ótimo filme de vilã contando com uma dualidade e uma profundidade da personagem.

A trama vai contar o início de tudo, desde a pequena Stella que posteriormente se assumira como Cruella. Assumira? Sim! Aqui a personagem não é uma pessoa boa que sofre injustiças da sociedade e se torna alguém má, e sim uma pessoa que carrega uma dualidade de personalidades mas acaba “escondendo” a ruim e talvez esse seja um dos maiores acertos do filme, que humaniza a personagem sem transformar ela em uma vítima completa.

Ao mesmo tempo que o filme acerta com a personagem apresentada, ele peca com a animação, confesso que não vi como um problema, pois vi a personagem de uma forma mais interessante e profunda e não apenas uma mulher ruim que quer matar filhotes de cachorros, não que essa virada seja impossível de acontecer, mas será muito mais difícil em caso de uma continuação.

O roteiro que consegue entregar uma profundidade a personagem em meio a assaltos, moda e vingança trabalhando todos os aspectos de forma coesa até a virada, quando ele dá um pequeno deslize recuando na personalidade da vilã. Ele ainda trabalha a questão da família, aqui no caso da parceria entre Jasper (Joel Fry) e Horácio (Paul Walter) que consegue se destacar mais do que na animação onde era apenas dois capangas.

Reprodução: Cruella/ Disney

Emma Thompson encarna a Baronesa, uma famosa estilista que carrega crueldade, soberba, talento e também admiração por parte da Stella, mas ódio por parte de Cruella, sendo uma personagem crucial pra todo o enredo do filme. É inegável a química das duas atrizes que estão ótimas em seu respectivos papéis dando um drama instigante para o filme. Os elogios para Emma Stone são poucos diante de sua beleza na atuação, o que era um trabalho difícil levando em consideraçao a memóravel interpretação de Glenn Close.

Misturar elementos de filmes de assalto com moda dá uma singularidade deliciosa, o deixando divertido e bonito de se ver. O figurino de Cruella é impecável e mesmo sendo um filme sobre moda ele ainda consegue surpreender na sua moda, te deixa curioso para cada aparição da cruella, dando uma extravagância do Punk casando com a estética de Londres dos anos 70.

Reprodução: Cuella/Disney

A trilha sonora casa com a ambientação e trabalha de forma coesa com todo filme, existe uma ou duas músicas que meu gosto pessoal tiraria, pois parece destoar do filme, mas nada que estrague.

O longa é sim um destaque cheio de acertos que funciona muito bem, mas é inegável que quando comparado aos outros trabalhos da personagem, cai em um abismo de diferenças e poderia ser apenas um erro leve se não fosse a cena pós credito, que é uma referência clara ao desenho, mas ainda assim o filme acerta muito e se você não conhece muito da história do universo anterior que ela foi apresentada, com certeza você vai gostar mais desse longa.

Ele surpreende, entrega beleza, diversão de uma forma inteligente e cuidadosa, com certeza é um doas maiores acertos da Disney, em anos, e abre espaço para um universo novo com base no seu clássico antigo.