Crítica | Army of the Dead: Snyder acerta em abraçar sua breguice, mas continua errando com seus personagens
22 Maio, 2021Sendo um dos diretores com fãs mais assíduos da atualidade, Zack Snyder sai de uma polêmica produção conturbada (Liga da Justiça) e lança Army of the Dead: Invasão em Las Vegas, um filme que acerta abraçando sua breguice e consequentemente agrada.
“Após um surto de zumbis em Las Vegas, um grupo de mercenários se aventura em uma zona de quarentena para tentar realizar o maio assalto de todos os tempos”. A sinopse tirada da própria Netflix já leva o público a entender a trama inicial do filme, que não foge muito das obras do gênero, mas ainda sim carrega uma singularidade do diretor que pode ou não agradar.
Com uma ação tardia, o filme inicialmente se preocupa em apresentar características dos personagens. Snyder não se preocupa em os desenvolve-los, exceto pelo personagem Scott Ward (Dave Bautista) que apresenta uma carrega dramática maior, mesmo que rasa.
Filmes do gênero de zumbis são extremamente conhecidos, desde muitas décadas e esse gênero se manteve bem, presente em jogos, livros e filmes. Sendo assim, para Snyder inovar seria difícil e ele de fato não o faz – claro, essa pode não ser a intenção e acredito que não é a obrigação do diretor que inclusive trabalhou anteriormente no remake de A Madrugada dos Mortos (2004).
Ainda assim, o longa consegue uma certa singularidade quando não se leva a sério, principalmente quando quebra um pouco do estereótipo de zumbi sem cérebro, dando inteligência para eles. Ponto positivo? Sim, porém quando essa imagem de “zumbi inteligente” que beira uma melancolia exagerada atrapalha um pouco o que o filme se propõe a ser e talvez esse seja o maior problema do diretor.
Os personagens por mais que rasos ainda assim são cativantes, e são literalmente uma equipe formada no propósito de cada um ter uma habilidade especifica, estratégia boa para não precisar se apegar ao fato de não terem desenvolvimento, mas servir para algo, o que poderia ser melhor aproveitado, levando em consideração as quase duas horas e meia de filme.
Um ótimo trabalho do efeito de computação gráfica e uma caprichada ambientação com certeza são pontos positivos, o filme deixa claro uma Las Vegas apocalíptica e isso faz toda a diferença na experiência do filme.
No final, Army of the Dead: Invasão em Las Vegas parece se desviar de sua premissa inicial e cai no clichê que o filme tentava evitar, mas ainda sim entrega um filme divertido com boas cenas de ação e um universo que ainda pode ser aproveitado.
E sim… tem slow motion!
Apaixonado por cinema, cerveja e cultura POP. Negro e defensor do cinema nacional