Crítica | O Sangue de Zeus — Faz juz aos deuses, mas esquece do protagonista
10 Novembro, 2020Sendo um dos lançamentos recentes da Netflix, O Sangue de Zeus nos dá tudo que sempre quisemos ver na mitologia grega, mas esquece de seu protagonista.
Dirigida por Shaunty Nigoghossian e escrita por Charley Parlapanides e Vlas Parlapanides, a série fala sobre Heron, um garoto que mora em uma vila na antiga Grécia junto com a sua mãe. Após a aparição de demônios, Heron acaba descobrindo que é filho de Zeus, que por outro lado, levanta a ira de Hera que quer se vingar da traição do Rei dos Deuses.
É importante mencionar que nos últimos anos a Netflix tem entregado animações bem sucedidas como She-Ra e as Princesas do Poder (2018-2020), Castlevania (2017-atual) e O Príncipe Dragão (2018-atual) e o Sangue de Zeus não é diferente. A série consegue trazer uma história muito simples de entender, mas que possui uma essência própria quando falamos sobre a personalidade dos personagens envolvidos. A mitologia grega tem sido bastante explorada em diversas nas últimas décadas principalmente em filmes, e pelo fato de serem curtos às vezes não tem espaço para explorar uma história completa, mas em O Sangue de Zeus nós conseguimos ter um pouco de fidelidade quando se fala dos personagens clássicos da mitologia grega.
A história tem como protagonista Heron, que é filho de Zeus com uma mortal e no decorrer da trama descobre-se que ele possui um irmão gêmeo, Seraphim, que foi separado de sua mãe ao nascer. O seu irmão acaba se tornando um dos antagonistas da série, e recebe a ajuda de Hera que o usa para se vingar de Zeus. Apesar da animação ter uma história básica que envolve um drama entre os irmãos, acho que eles não souberam distribuir muito bem essa relação e muito menos fazer de Heron um grande protagonista. Seraphim tem uma história de sofrimento e muito pior do que a de Heron que apenas viveu com a sua mãe mesmo com dificuldades, mas ainda assim, a história demora bastante para firmar um relacionamento entre os irmãos e acaba caindo no clichê que já foi visto diversas vezes.
Sobre Heron, ele cumpre todos os quesitos da jornada do herói mas ainda assim ele parece um personagem que está apenas existindo na série. O desenvolvimento dele é muito curto, e o tempo de tela dele é bem pequeno, o que torna muito estranho o fato dele ser o protagonista da série. Porém, acho que o grande foco da história se concentra na relação de Zeus com Hera que, para quem já conhece a história de ambos, sabemos que é bem complicada, regada de traições. Hera se cansa das traições de Zeus e tenta por todo o panteão de deuses contra ele, criando um verdadeiro caos e liberando forças malignas.
Além de tudo, a série possui um traço muito bonito e detalhista fazendo com que tudo fique mais refinado e trazendo um show visual com ótimas cenas de ação e bastante sangue. Cenas essas que são bem grandiosas, principalmente no final da temporada. A trilha sonora também é bem bonita, e complementa em algumas cenas dramáticas e com ação.
Apesar de alguns problemas em relação ao protagonista, O Sangue de Zeus honra a mitologia grega e nos trás uma história com bastante drama, desentendimento, ódio e escolhas.
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Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.