Crítica | Host – Criatividade e inovação em plena pandemia
14 Agosto, 2020A pandemia pegou todo mundo de surpresa, e vários artistas investiram em lives musicais, performances em casa e tudo que é possível de se fazer no momento. Mas teve gente que foi além, e fez um filme de terror!
Host é um filme de terror independente dirigido e escrito por Rob Savage junto com Gemma Hurley e Jed Shepherd. O filme foi gravado durante a quarentena e mostra um grupo de amigas que resolvem fazer uma sessão espírita por vídeo-chamada, e preciso dizer que deu tudo errado?
Esse não é o primeiro filme que usa a temática virtual, Amizade Desfeita foi lançado em 2015 e teve uma recepção mista da crítica: ao mesmo tempo que se mostrava inovador o filme não foi bom o suficiente para chamar a atenção, diferente de Host que segue a mesma temática e já é considerado um dos melhores filmes do ano. Talvez um dos fatores que façam com que a gente compre a ideia do filme é o fato dele ter sido gravado nesse momento que nos encontramos, onde muitas pessoas tem conversado com os amigos por vídeo-chamada, sendo esse um fator bastante importante para a trama.
Vale notar que o filme surgiu de uma ideia que o diretor teve no começo do ano, um pequeno curta postado no Facebook que viralizou. Host foi dirigido remotamente, o diretor revelou que ele ensinou as atrizes a montar a própria iluminação e também ensinou elas a fazer efeitos especiais práticos como mexer os móveis, cadeiras e outras técnicas.
Mas falando da história, o filme tem duração de apenas 57 minutos mas entrega muita personalidade e medo durante esse tempo. É muito legal ver que nos primeiros minutos conseguimos notar a personalidade de cada um dos personagens. O filme todo se apresenta a partir de uma captura de tela de notebook, e os recursos não-profissionais, como a câmera, o microfones e até a intensidade do sinal de internet são levados em conta pela produção. É tudo muito natural, confesso que me peguei diversas vezes me sentindo como se estivesse participando da vídeo-chamada, porque o filme nos dá essa sensação. As cenas são bem assustadoras e intensas, sem contar que as atuações são ótimas e bem realistas, sendo melhores do que em muitos filmes de terror por aí.
Apesar da história ser um tanto clichê, o filme se sobressai mais por ter sido inovador no meio dessa pandemia, mostrando que basta apenas criatividade para poder produzir algo que não coloque a segurança das pessoas em risco, e trazendo um terror convencional e inovador ao mesmo tempo. Host está sendo bem avaliado pelos críticos, atualmente está com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes e 6,7 no IMDB, se tornando assim um dos filmes mais bem avaliados do ano.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.