Review | Shuri – Muito mais do que assumir o manto do Pantera Negra
3 Agosto, 2020Tendo sua primeira aparição nos cinemas em Pantera Negra, Shuri é considerada pelos diretores de Vingadores: Ultimato como a personagem mais inteligente do MCU.
Shuri é um quadrinho lançado em 2018 escrito por Nnedi Okorafor e desenhado por Leonardo Romero.
Sinopse:
O Pantera Negra desapareceu, perdido em uma missão no espaço. E na sua ausência, todo mundo está olhando para o próximo na fila para o trono. Mas Shuri é mais feliz em um laboratório, cercado por aparelhos de sua própria criação. Ela prefere testar manoplas do que atirar com elas. Mas uma nação sem um líder é vulnerável – e Shuri pode ter que escolher entre o bem-estar de Wakanda e o dela.
Não é a primeira vez que a Shuri assume o manto do Pantera Negra, mas dessa vez é diferente, ela precisa proteger Wakanda e assumir o seu lugar como protetora do seu país enquanto o seu irmão está desaparecido. Nos últimos anos a Marvel tem investido nas histórias dos seus personagens que são aprendizes de heróis conhecidos da editora, como a Ms Marvel, Miles Morales, Gaviã Arqueira, Novíssima Wolverine, entre outros. Apesar disso, Shuri não é exatamente uma aprendiz do T’challa, mas sim alguém que precisa assumir o seu manto, mesmo que contra sua vontade.
Shuri não quer ser a sombra de T’challa, ela quer proteger o seu país com sua própria identidade porque ela ficou traumatizada pela sua última experiência no papel de Pantera Negra. Ela sabe a responsabilidade de ser um protetor, e mesmo que Wakanda tenha guerreiras como as Dora Milaje e um exército gigantesco, eles necessitam da ajuda do Pantera Negra. Um ponto importante em dizer é que a Shuri não luta usando o uniforme do Pantera Negra. Ela não nega sua posição, afinal, seu irmão está desaparecido e ela foi convocada pela Tromba do Elefante, um grupo de mulheres wakandanas que se juntam quando Wakanda está em apuros. Ela precisa proteger o seu país, mas não quer ser uma versão feminina do seu irmão, e sim sendo ela mesma.
Algo importante em ressaltar é que a Shuri não está sozinha, ela tem a companhia dos seus ancestrais que ficam com ela o tempo inteiro e que garantem a ela acesso à toda a história de Wakanda, permitindo que ela amplie ainda mais o seus conhecimentos. Essa sacada é muito boa, porque saber a história da sua família é algo muito íntimo e pessoal, mas também reflete a cultura milenar da nação gigantesca que é Wakanda. Isso demonstra que as tradições do seu país e cultura jamais podem ser apagados, eles sempre a guiam para o melhor caminho. Além disso, Shuri também tem a ajuda da Tempestade e tem o seu primeiro encontro com Miles Morales e Kamala Khan, um momento muito lindo que mostra a união desses três personagens que possuem grande importância nas histórias atuais da Marvel.
Como dito no início do texto, tanto a Marvel como a DC têm feito diversos personagens que são aprendizes ou sucessores dos grandes heróis da editora. No entanto, muitas vezes essas “novas versões” não passam de uma versão feminina ou uma versão negra do mesmo personagem que já conhecemos. No caso da Shuri, a história quebra totalmente esse tipo de situação: ela literalmente não quer ser sombra do T’challa, ela quer apenas ser ela mesma e ajudar o seu país da melhor forma possível. É claro que, mesmo entre as “novas versões”, existem personagens que possuem histórias próprias, mas aqui o roteiro e a personalidade da Shuri se sobressaem e fazem com que conheçamos um lado que ainda não foi mostrado de uma personagem que é considerada uma das mentes mais brilhantes do universo Marvel.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.