‘Avatar: O Último Mestre do Ar’ é um grande presente para os fãs do carequinha
4 Março, 2024Lançado em 2010, o filme live-action de Avatar: O Último Mestre do Ar foi totalmente massacrado pela crítica e fãs, que odiaram a adaptação e que é considerada como uma das piores já feitas.
Com cenas mal feitas, roteiro péssimo e basicamente quase todo o elenco composto por pessoas brancas, o filme se tornou um grande show de horrores que assombrou os fãs da clássica animação lançada em 2005. Avatar é um sucesso no mundo todo, é dito como uma das melhores séries animadas dos anos 2000 e continuou sendo consumida pelo público, seja em quadrinhos como também na série animada Avatar: A Lenda de Korra, que também fez bastante sucesso.
Anos depois a grande surpresa: Netflix estava desenvolvendo uma série live-action da franquia, que era a “salvação” dos fãs que gostariam de ver um material bem feito e que pudesse apagar da mente das pessoas o desastre do filme.
E aqui estamos com uma série de oito episódios que adapta o Livro Um, que conta a história de Aang, um garoto que desaparece do mundo e retorna 100 anos depois, em um lugar destruído pela nação do fogo. Aang é o Avatar, e ao lado de Katara e Sokka, ele precisa aceitar seu destino e impedir que o mundo seja dominado pelos dobradores de fogo.
Desde a divulgação de seus materiais, estava nítido que a produção queria surpreender os fãs. Fotos, cenários iguais aos da animação, trailers e escolha de elenco caíram como um presente ao espectador, e foi uma estratégia perfeita da Netflix em tentar repetir o feito com o live-action de One Piece, que talvez é considerado a melhor adaptação de anime dos últimos anos.
O primeiro ponto a se destacar sobre a série é que os episódios foram extremamente bem adaptados. É sempre difícil ter que transportar para o live-action o material original, principalmente de animações onde existe uma profundidade e liberdade maior para se contar uma história. Foi comum ver dois ou três episódios da animação serem adaptados em apenas um, só que com bastante coerência.
A forma que a narrativa foi conduzida é bem similar a da animação e também fácil de identificar. Para quem nunca assistiu o material original não é um problema, porque a série consegue amarrar bem uma história completa de temporada, respondendo questões importantes e também dando espaço para os personagens crescerem e se desenvolverem, trazendo muito carisma e vontade.
E por falar no elenco, desculpa, mas eles pisaram tá? A escolha do elenco foi extremamente certeira, dando destaque ao Gordon Cormier como Aang, Kiawentiio Tarbell como Katara, Dallas Liu como Zuko, Paul Sun Hyung como Iroh e Daniel Dae Kim como o Senhor do Fogo Ozai. Todos conseguem carregar bem o papel e entregam muita simpatia, que pra mim é algo muito importante em séries e filmes que adaptam personagens icônicos da cultura pop.
E não para por aí, a série entrega muitas cenas boas e momentos que deixam o coração bem quentinho. As cenas de dobras ficaram bem aceitáveis, se considerar que pode ser um trabalho difícil em adaptar formas de lutas e como os personagens usam os seus poderes. Claro que uma série desse nível exige bastante o uso de CGI, que não ficou tão ruim, mas que em algumas cenas fica um nível padrão Marvel Studios dos últimos anos: ruim, mas a gente engole.
O único defeito da série são alguns diálogos e repetições. Claro que estamos acompanhando a vida de um grupo de amigos que possuem uma missão, mas precisa repetir a todo momento? A série falha em tentar explicar coisas muito óbvias, mas talvez possa ser consertada nas próximas temporadas.
Avatar: A Lenda de Aaang prova que tudo tem concerto, e que as adaptações que vieram antes podem ser superadas e passadas, dando espaço a narrativas interessantes, bonitas, respeitosas e que atendam os fãs do carequinha dominador de ar.
Agora nos resta esperar a maior: Toph Beifong.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.