A influência duradoura da franquia ‘Pânico’ no gênero do terror e a busca pela renovação em ‘Pânico 6’

A franquia Pânico é considerada uma das maiores e mais influentes franquias de horror por vários motivos.

Primeiramente, o filme original, lançado em 1996, trouxe uma abordagem inovadora ao gênero slasher. Em vez de seguir os tropos tradicionais de filmes de terror, como adolescentes fazendo sexo e sendo punidos por isso, Pânico satirizou esses clichês ao mesmo tempo em que os utilizou, criando uma experiência divertida e meta para o espectador.

Além disso, o filme apresentou um elenco de personagens complexos e bem desenvolvidos, algo que não era comum em filmes de terror na época. Isso ajudou o público a se importar mais com os personagens e a tornar a experiência do filme ainda mais emocionante.

Bruto, violento e bastante sangrento, Pânico 6 é uma tentativa de trazer algo novo, mas ao mesmo tempo vemos a tentativa do diretor em nos chocar com excesso de morte, bastante sangue e tripas para fora. Lá em 1996 não imaginaríamos que ‘Pânico’ se tornaria a franquia do horror de maior sucesso nos últimos tempos, afinal, a premissa seria apenas de um filme. Porém, é algo que preocupa é o futuro da saga, já que em todos os filmes eles tentam pescar algo lá de trás. Até quando?

Desde Pânico 4 vemos a tentativa de criar novos dramas (o que deu certo), com novos rostos a fim de dar mais longevidade, vide, outras franquias como Sexta-Feira 13 e Halloween que apesar de sempre entregar mais do mesmo, é o que os fãs gostam. Aos poucos, os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett  vem tentando trazer um ar fresh para a franquia a fim de postergar um possível fim e dar gancho para futuros spin-off, já que vem se tornando cada vez mais comum em Hollywood. A influência da franquia na forma de fazer filmes slasher pode ser vista em muitos filmes subsequentes. A abordagem metalinguística e a valorização de personagens bem desenvolvidos se tornaram mais comuns em filmes de terror, e muitos cineastas têm buscado replicar o sucesso da franquia Pânico em seus próprios filmes.

Sam (Melissa Barrera) e Tara interpretada pela nova scream queen, Jenna Ortega, já caíram nas graças do público. O drama das irmãs após sobreviverem ao ataque do Ghostface em Woodsboro se muda de local, indo para Nova York e adicionando mais dramas universitários e o caos da cidade grande, já que Nova York nunca dorme e estão pouco se f**** pra você. Exemplo, temos na cena onde Mindy (Jasmin Savoy Brown) é esfaqueada no trem, para mim essa foi a segunda melhor cena, apenas perdendo para a perseguição de Gale Weathers (Courteney Cox) que foi a melhor cena dela, se tornando umas das melhores perseguições, nesse momento eu pensei que Gale viraria estatística do Ghostface, igual Xerife Dewey Riley (David Arquette).

Essa é a segunda vez que vemos a tentativa de renovar o direcionamento da trama, a primeira vez foi em ‘Pânico 3’, que apesar de ter sido bom, não é o filme mais memorável da franquia e nem tão querido pelos fãs. Apesar de vermos o esforço dos diretores em tomar novos rumos, ‘Pânico’ continua nos entregando mais do mesmo, dentro do que é possível mudar, assim sempre teremos algo para buscar em futuros longas.

Em resumo, mesmo que este novo filme de Pânico não tenha sido o melhor da franquia, a presença da icônica personagem Sidney Prescott é o que faz toda a diferença na construção da tensão e atmosfera que os fãs esperam da série. A falta da interação entre Sidney, Tara e Sam foi sentida por muitos, e certamente a espera pela próxima sequência será grande. Mesmo com esse vazio no final da sessão, ainda há a sensação de que há muito mais a ser explorado nesse universo de terror, e que os fãs da franquia ainda terão muito o que esperar.

Ficha Técnica

Titulo: Scream VI (Pânico 6)
Ano: 2023
Direção: Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett.
Roteiro: Guy Busick, James Vanderbilt e Kevin Williamson
Gênero: Suspense, Terror
Distribuição: Paramount Pictures
Elenco: Courteney Cox, Jenna Ortega, Melissa Barrera, Dermot Mulroney, Devyn Nekoda, Hayden Panettiere, Henry Czerny, Jack Champion, Jasmin Savoy Brown, Josh Segarra e Liana Liberato

Matheus Luccarelli

do caos, publicitário e consequentemente geek.