Crítica| Pretty Little Liars – Um Novo Pecado, o reboot de Todo Mundo em Pânico
24 Agosto, 2022Em 2010 era lançado Pretty Little Liars, série baseada nas obras literárias de mesmo nome e que foi um grande sucesso dentro do público jovem que acompanhou ao longo de seis anos e sete temporadas a história de cinco jovens e muitos segredos.
Agora com uma nova história e novos personagens, estreia então Pretty Little Liars – Um Novo Pecado, produzida pela HBO Max, que vem com a tentativa de agarrar um público novo. O Reboot da série de 2010 tenta usar o enredo da série original dentro do subgênero do terror o Slasher, o que é uma ideia interessante, mas muito mal executada.
“Vinte anos atrás, uma série de eventos trágicos quase destruiu a cidade de Millwood. Agora, um grupo de adolescentes é atormentado por uma pessoa misteriosa que quer fazê-las pagar pelos pecados que os seus pais cometeram duas décadas atrás.”
A série tem um piloto interessante e curioso, mas os caminhos que a ele leva deixam tudo tão chato e previsível, que te faz se perguntar: Precisava mesmo?
O roteiro que usa e abusa da linguagem moderna bebe da fonte da breguice e do mal gosto, as personagens principais são carregadas de estereótipos adolescentes onde são completamente diferentes, mas unidas pelo mesmo objetivo. Uma nerd, uma popular, uma atleta, uma dançarina e uma cinéfila… parece um falho clube das winx onde cada uma tem suas habilidades exclusivas mas se combinam muito bem juntas.
Aqui estamos falando de cinco personagens principais, que estão pagando pelos crimes de suas mães, na lógica teríamos cinco principais e cinco coadjuvantes, mas a série não tem muita lógica e a figura das mães são completamente desinteressantes e piora no final. O problema se estende quando falamos dos personagens adjacentes que são completamente imemoráveis e salvando um ou dois ainda assim com falhas, como por exemplo a Karen (Mallory Bechtel), personagem que é propositalmente confusa, mas que se perde na sua própria confusão.
Dentro dessas confusões estão as tramas individuais das protagonistas, algumas mais interessantes como no caso de Faran (Zaria Simone) e da Noa (Maia Raficco) que tem um crescimento a longo da temporada e de fato são as mais carismática, tramas confusa como a da Minnie (Malia Pyles) que tem um desfecho pavoroso de ruim.
Apesar da série se apropriar do gênero slasher ela faz isso muito mal, as mortes são extremamente chatas, o assassino apático e desinteressante e tudo piora com as atuações principalmente da atriz Bailee Madison que interpreta Imogen, em cenas que exigem mais dela em aspectos dramáticos e de terror, o que torna um verdadeiro show de horrores negativamente falando, as caras e bocas que ela faz, transforma a Megan Fox na Meryl Streep, detalhe pra barriga de gravida dela que possivelmente é a coisa mais aterrorizante da série.
Geralmente quando assisto séries adolescentes, tentam não me apegar as atuações, mas talvez por ter uma direção tão ruim potencializa todos os erros, você não consegue se apegar as coisas boas por que tudo é muito ruim. A série se passa no mesmo universo de Riverdale, esse detalhe não precisa ser dito por que você sente isso diante da breguice e do mau gosto dos planos, direção estética brega e datada.
A grande revelação de quem é o assassino dispensa comentários, provavelmente você vai dormir e não se lembrar mais quem era, a motivação beira o problemático, mas choca um velho se vingar de filhas adolescentes de alguém que fez mal para ele a vinte anos atrás é bem estranho, mas não vou tentar entender a cabeça de um possível psicopata ou de um péssimo roteirista.
A série original te cativava e você realmente ficava intrigado com a figura de “-A”, acompanhar a jornada e as primeiras revelações eram muito mais interessantes que esse reboot. Mas como todo sofrimento tem fim, o sofrimento de quem está assistindo acaba quando você assiste o último episódio e finalmente se livra. No final de tudo parece mais a junção de Pânico 3 e Todo Mundo em Pânico, mas sem o terror e a comédia, apenas muita breguice.
Apaixonado por cinema, cerveja e cultura POP. Negro e defensor do cinema nacional