Elvis: Rei do Rock? Não mesmo!

Elvis: Rei do Rock? Não mesmo!

13 Julho, 2022 0 Por Matheus Luccarelli
Filme sobre o astro do rock já está em exibição nos cinemas.

Nesta semana está lançando o tão aguardado e bem recebido pelas críticas americanas Elvis. Com orçamento aproximado de 85 milhões de dólares, a produção é excelente e eu não poderia esperar menos de quem tem Moulin Rouge, O Grande Gatsby e Romeu e Julieta na carreira.

Você com certeza já deve ter visto esses grandes filmes, a pessoa que está por trás dessas obras é Baz Luhrmann, diretor impecável que sabe trabalhar com filmes de época, e nos leva a atmosfera nostálgica e enérgica. 

Warner Bros, Pictures

Com Elvis não seria diferente, apesar de ser uma biografia de um dos maiores astros do rock tempos, até certo ponto, em contrapartida, toda história que Elvis Presley representa: Um homem branco, arrastando multidões de fanáticas com seu gingado de preto, atitudes de um rockstar mas com a vida completamente conturbada. Além de ser um astro, Elvis também tinha hábitos de se envolver com garotas de 14 anos, tudo bem que isso talvez (bem talvez) seja um reflexo daquela época, em que era bem comum você ver homens mais velhos rodeados de garotas novas, o que torna tudo ainda estranho, inclusive com Priscilla Presley que foi casada com o astro.

O filme é narrado pelo coronel Tom Parker interpretado por Tom Hanks, que agenciou Elvis durante a sua carreira. Além de se apresentar como coronel, Tom Parker também foi mágico ilusionista e comandava circos, ambiente onde conheceu o jovem Elvis. Foi amor à primeira vista, ele logo cravou suas garras no astro e fez dele o maior da época. 

Austin Butler está na sua melhor fase, ele soube incorporar o astro de forma que me fez duvidar se era o verdadeiro Elvis na tela. Apesar das poucas falas que existem no filme da parte de Elvis, você consegue captar tudo que acontecia. Butler traz a energia que Elvis tinha, principalmente a sedução em conquistar um público. Eu me senti bem com o filme e com a atuação. Existem ressalvas? Existem várias, mas não podemos negar que a produção, o elenco, fotografia e trilha sonora estão impecáveis. 

Reprodução: Warner Bros. Pictures

Já podemos dar os créditos a Sister Rosetta Tharpe que chegou no auge da sua fama entre 1930 e 1940 com sua voz marcante cantando música gospel, mesclando sons elétricos da guitarra com mensagens espirituais. Contrário do que conhecemos o rock, ele veio da comunidade negra como diversos movimentos artísticos. 

Ao longo do tempo muita coisa foi se perdendo, o rock começou a tomar proporções bem grandes a ponto de alguns lugares no mundo o estilo ser proibido e marginalizado. Mas uma coisa que preciso ressaltar é que por mais que o estilo tenha vindo da comunidade negra, houveram diversas exclusões de outras pessoas se apropriando de um gênero sem lhes dar o devido crédito, e não apenas alguns trocados como Elvis fez. Em suas músicas Rosetta descrevia como era o racismo naquela época, como na música Strange Things Happening Every Day. Atualmente Rosetta faz parte do Hall da Fama do Rock, pela sua contribuição e sua importância para o gênero.