‘Thor: Amor e Trovão’ mostra que a Marvel desperdiçou uma grande história

‘Thor: Amor e Trovão’ mostra que a Marvel desperdiçou uma grande história

6 Julho, 2022 0 Por Marcos Marques

Filme mais raso que um pires.

Vingadores: Ultimato foi um marco nos filmes de heróis e também para a Marvel em si, fazendo com que logo em seguida o estúdio confirmasse um novo filme do Thor, personagem amado pelos fãs.

Na tão iconica SDCC de 2019, Taika Waititi anunciou o retorno de Natalie Portman como Jane Foster e Poderosa Thor, aquela que empunharia o martelo de Odinson. Quase 3 anos depois, Thor: Amor e Trovão chega aos cinemas e de uma forma bem estranha, viu?

Na nova aventura, Thor (Chris Hemsworth) precisa lidar com Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale) e também com o retorno de sua ex-namorada Jane Foster, que agora se tornou a Poderosa Thor. Junto com a Valquiria (Tessa Thompson) e o Korg (Taika Waititi) eles precisam impedir que o vilão assassine todos os deuses do universo.

Você não precisa assistir todos os filmes do Taika pra saber qual o estilo dele, que claramente é voltado a sátiras e um humor que conquista o público. Thor: Ragnarok é um filme repleto de humor e que conquistou muita gente, tanto que o elemento está bem presente em Amor e Trovão. Não é uma crítica, eu entendo que a Marvel sempre usa humor em seus filmes, mas a questão aqui é que o filme realmente fica marcado apenas por isso, fazendo com que a história apresentada seja fraca em níveis absurdos.

Por mais que o filme tente te empurrar uma história, existem alguns fatores que fizeram a história ser pouca para algo que deveria ser grandioso. A história do filme é muito fraca, principalmente porque não existe uma emoção real pra ser mostrada, o que por si só já é um erro, principalmente por se basear em arcos emocionantes, principalmente o que envolve a Poderosa Thor.

Mas antes de falar ela, é preciso dizer que o filme trabalha muito mal todas as camadas que são apresentadas. Não é uma reclamação, mas o Thor nesse filme não possui nenhuma motivação como herói principal, ele está ali apenas por estar. Diferente de Ragnarok onde ele tinha um proposito, aqui ele apenas quer salvar o dia e derrotar o vilão.

E falando em vilão, Gorr é um vilão ok para o padrão Marvel nos cinemas, já que o estúdio tem um grande problema em retratar seus antagonistas. O filme até tenta dar uma humanizada no personagem e até uma redenção, mas o conjunto do filme não dá abertura para ver mais do vilão. Inclusive, o filme tenta levar a ferro o significado de Amor e Trovão que carrega no titulo. É nítido o esforço da mensagem, mas ela não pega de jeito nenhum.

Reprodução: Marvel Studios

Mas acredito que o maior erro do filme tenha ficado com a Poderosa Thor, personagem importante nos quadrinhos atuais da Marvel e que nos cinemas foi ignorada desde Thor: O Mundo Sombrio. O retorno de Jane Foster, que deveria ser algo grandioso, acaba se tornando muito pouco para o esperado. Natalie Portman brilha no filme, mas a Marvel cometeu (de novo) o mesmo erro que tiveram com a Viúva Negra.

O que deveria ser a grande alma do filme acaba sendo algo bem reduzido e pequeno, se tornando uma péssima adaptação dos arcos da heroína nos quadrinhos. Novamente, eu entendo que é difícil adaptar uma história para o cinema, mas também acredito que não houve essa preocupação em trazer algo mais profundo sobre a personagem, que por pouco não está rendida novamente como um mero par romântico do Thor.

E tudo bem, eu entendo que podem existir questões nos bastidores sobre a Natalie Portman continuar na Marvel, mas é meio estranho ver que o MCU está investindo em novos protagonistas como o Sam de Capitão América, America Chavez, Kate Bishop, Ms. Marvel e eles simplesmente resolvem tratar a Poderosa Thor como se fosse uma personagem que não poderia estar junto a eles. Muito além disso, é uma personagem que não foi bem trabalhada nos cinemas, fazendo do retorno dela algo muito pequeno para a magnitude da heroína.

Claro que eles mostram o relacionamento do Thor com a Jane, mas ai…. é tão mixuruca que eu me recuso a acreditar que o Taika Waititi ou o Kevin Feige tenham realmente visto e gostado do resultado.

Mas pra não ficar parecendo que eu odiei o filme, a Tessa Thompson mandou muito bem como Valquíria! Além disso, finalmente a Marvel colocou na mesa que a personagem é bissexual e trata de uma forma muito legal, fazendo dela uma das melhores personagens do MCU. As cenas de ação são bem boas, e os cenários são bem bonitos, principalmente quando mostram os outros deuses.

O sentimento que fica é que Thor: Amor e Trovão não explorou o que deveria, é um filme que deveria ser muito mais bem aproveitado. Eu sei que pedir carga emocional em um filme da Marvel é uma tarefa difícil, mas o filme não se esforça em entregar uma história bonita, fazendo com que o Amor e Trovão vire Ódio e Decepção.