Crítica | Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa: Demorou, mas finalmente temos o Homem-Aranha do MCU

Crítica | Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa: Demorou, mas finalmente temos o Homem-Aranha do MCU

17 Dezembro, 2021 0 Por Marcos Marques

Oficialmente o filme mais aguardado de 2021, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa chegou… será que a espera valeu a pena? 

Não era novidade de que o Homem-Aranha ganharia uma trilogia, afinal, o MCU abre possibilidades para mais filmes somarem a esse universo compartilhado e com o personagem não seria diferente. 

Neste capítulo, temos Peter Parker (Tom Holland) logo após os acontecimentos de Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), no qual sua identidade secreta foi revelada pelo Mysterio (Jake Gyllenhaal). Para fazer com que as pessoas esqueçam que ele é o Homem-Aranha, Parker busca a ajuda do Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch). Com um erro, a vida de Peter vira uma bagunça, principalmente com a presença de uma galeria de vilões que ele desconhece, mas são velhos conhecidos do público. 

Falar do Homem-Aranha sempre dá uma emoção, né? O personagem é um dos mais (se não o mais) popular da Marvel em todas as mídias e soma diversas histórias importantes nos quadrinhos. Além disso, os filmes antigos do Homem-Aranha, dirigidos por Sam Raimi, foram extremamente populares e com toda certeza foram responsáveis por moldar a era de filmes de super-heróis nos anos 2000.

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa é uma grande homenagem aos filmes anteriores do teioso. A forma como o filme respeita e cumpre expectativas é gigantesca e majestosa. É muito bonito ver a atenção aos detalhes e sutileza em apresentar cenas e diálogos, algo que precisava ser mostrado nos filmes do Homem-Aranha protagonizados por Tom Holland. Apesar dos dois últimos filmes do personagem ganharem parte do público, ainda tinha algo que não concretizava de que o Aranha do Tom tinha algo de Peter Parker. 

Reprodução: Sony Pictures

E não é que tivemos? Tom Holland está incrível, mais incrível do que as suas aparições em cinco filmes da Marvel Studios. É bonito ver como o roteiro faz o Peter Parker ser o Peter Parker de verdade. Durante os filmes anteriores tivemos que ver ele sendo um moleque apadrinhado por Tony Stark e depois tendo que lidar com um luto da morte do mesmo, sofrendo muito com roteiros medianos e que não mostravam a alma do verdadeiro personagem. Aqui temos um Peter amadurecendo, abraçando a responsabilidade que tanto é falada nos quadrinhos e nos cinemas. 

Os vilões possuem momentos incríveis e é incrível como eles mantiveram a personalidade de cada um. Alguns vilões têm mais relevância do que outros, mas deixo uma grande salva de palmas para o Duende Verde (Willem Dafoe) e Dr. Octopus (Alfred Molina), são com certeza os maiores destaques entre essa leva de vilões. O Duende Verde sempre foi assustador e ver o retorno do Willem Dafoe foi algo maravilhoso, nostálgico e épico. Por sua vez, o Doutor Octopus já teve uma redenção em Homem-Aranha 2 (2004), mas aqui temos um personagem que brilha quando aparece na tela e traz memórias incríveis de um dos maiores vilões dos quadrinhos e dos cinemas. 

Ainda não assistiu o filme? Foge agora porque vai ter spoiler a partir daqui! 

Fala sério, você achou mesmo que não teria Andrew Garfield e Tobey Maguire no filme? A maior surpresa do filme é com toda certeza a aparição deles, e de uma forma satisfatória e totalmente incrível. Existe muita briga na internet para decidir quem é o melhor Homem-Aranha, e acho que nesse patamar já podemos concordar que todos os três representam muito bem o personagem. É muito mais do que claro que esse filme traria os demais aranhas, desde a escalação dos vilões já estava nítido de que isso aconteceria, afinal, meses atrás fomos apresentados ao multiverso na série Loki e na animação What If…? 

A forma que eles são apresentados é muito bonita e podemos ver que existe uma conexão real entre os três, afinal, todos são o Peter Parker, né? Estarei mentindo se não disser que ele bebe da fonte de Homem-Aranha No Aranhaverso (2018), e a Sony jamais perderia a oportunidade de juntar os três atores, principalmente agora onde o foco da Marvel é o multiverso. A nostalgia grita, viu? Melhor do que isso é saber que é um fan service muito bem feito, onde consegue divertir e emocionar o público. 

Parando pra pensar, talvez o Jon Watts, diretor do longa, ouviu as preces dos fãs, viu? E acho que agora tudo faz sentido para encerrar essa trilogia do personagem. Como eu disse anteriormente, existia uma grande pressão sobre o Tom Holland para que ele entregasse um Homem-Aranha que tenha dificuldades, que não precise ser apadrinhado por alguém ou que não tenha apoio de uma equipe de heróis. Muitas dessas comparações talvez tenham acontecido pelo fato do Homem-Aranha do Tobey Maguire ter amadurecido muito mais rápido, ou até mesmo pela grande perda que o Homem-Aranha do Andrew Garfield sofre no último filme dele. Mas aqui, acredito que os fãs finalmente ficarão satisfeitos com a evolução do personagem de Tom.

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa encerra uma trilogia que conquistou o público, e melhor do que isso, apresenta um amadurecimento real do Peter Parker, que finalmente vai poder pôr em prática a frase que todos nós já conhecemos: com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades.