Gavião Arqueiro: Série promete explorar o outro lado de Clint e continuar apresentando novos rostos para o futuro do MCU
24 Novembro, 2021Uma vez sendo o Vingador menos divertido de todos, Clint Barton retorna as telas em uma divertida aventura solo no MCU, com a série que leva seu nome como título “Gavião Arqueiro” e introduz Kate Bishop, a futura Gaviã Arqueira.
Gavião Arqueiro é a quarta série live-action da Marvel Studios estreando no Disney+ e combina tudo que as pessoas mais gostam, ou pelo menos se atraem, no estilo e formula da empresa de contar histórias baseadas nos quadrinhos. O elenco conta um time novato grandioso, como Vera Farmiga, Tony Dalton, Hailee Steinfeld e o retorno de Jeremy Renner.
Os dois primeiros episódios da série funcionam como uma introdução aos novos personagens, do que somente uma apresentação de Clint. É tudo começando com a visão de Kate e sua jornada de inspiração a se tornar uma heroína, assim como o cara que salvou a cidade e a sua família lá em Avengers (2012). Tudo que sabemos é que o Clint está curtindo com sua família, e não seria errado. Ele perdeu amigos, sua melhor amiga e quase perdeu sua família inteira no blip e ainda fez muito inimigos. E nada mais justo do que estar de férias e aproveitar a vida, e assim como a época oportuna de fim de ano, Gavião Arqueiro é uma história de férias, cheia de neve e coisas natalinas, reunião familiares e muita nostalgia e pitadas dos quadrinhos, e claro: uma gangue em busca de recompensas.
O enredo não é complicado, nem grandioso ou muito “uau” e nem deixa o queixo caído, assim como foi com WandaVision, a primeira série do MCU introduzida no Disney+, mas você fica surpreso que Jeremy Renner consiga trazer um pouco da suavidade e lado mais divertido ao Gavião Arqueiro e tenha uma enorme química em tela com sua co-estrela, Hailee, como a Kate Bishop, mesmo com algumas questões em aberto.
As motivações da série começam bem simples e se dividem entre a jornada de herói e introdução de um novo personagem, como também alguém em constante negação sobre essa vida dentro de um drama de detetive. E por essa introdução, é muito difícil traçar uma linha do que o show ainda pode apresentar sobre o desenvolvimento dos antagonistas e personagens que ainda faltam para compor essa narrativa, como a Echo e Yelena, já que todos estamos curiosos para saber quais os planos desses personagens.
Começando pela Vera Farmiga e Tony Dalton dando vida a personagens que prometem dar trabalho futuramente ao Gavião Arqueiro, eles chamam bastante atenção, mesmo ainda sendo muito misteriosos e sem nenhuma demonstração de qual lado que eles estão. Em especial ao Tony, que interpreta o Jacques Duquesne, conhecido nos quadrinhos como o “Espadachim”. Personagem fundamental na vida de Clint e seu treinamento para se tornar o Gavião Arqueiro.
Já Clint Barton que nunca foi bem explorado no MCU, mas isso não o torna desinteressante, na verdade, seria o gatilho perfeito para que os espectadores conheça mais da sua personalidade que carrega o seu codinome na tela e de uma razão para ele estar ali. Mas até então a série não se preocupou de colocar muito sobre o personagem, do seu passado ou de mostrar seu período sombrio como Ronin de primeira mão. Talvez tenha sido um grande erro que Vingadores: Ultimato (2019) tenha deixado como legado: introduzir diversos plots que não poderiam ser desenvolvidos com muita profundidade, apenas referências e fanservice.
Não é um exagero que o personagem sempre se sinta diminuído e menos “herói” que todos os outros companheiros da equipe, já que não ter os poderes especiais e ser mais fechado não é o que atrai o público e agora eles queiram explorar isso, dando um motivo para que ele continue. Em certo ponto é justo que se sintam mais atraído pela tecnologia do Stark, um Super Soldado e um Deus do espaço. E para piorar a situação, ele não acha justo ser reconhecido sozinho por também saber que sua melhor amiga (que se sacrificou) foi a razão maior de todos estarem juntos ali reunidos.
Se de um lado temos uma personagem que se sente inspirada e quer salvar o mundo se divertindo com as tarefas simples de super-herói como salvar um cachorro em perigo, não se importar com uns ferimentos, e muito menos com os perigos eminentes de mexer com coisas e pessoas que ela não conhece, Clint tá do outro lado para provar que o que ele fez no passado vai voltar com cobrança e ele não pode fugir dessa tarefa resignada a ele a anos.
Clint e Kate são super opostos na série. Kate garante o tom de humor equilibrado entre duas personalidades completamente distintas, já que ele nunca parece querer estar ali. Clint carrega a parte do humor mórbido consigo, e a sua única preocupação que o tira da zona de conforto, é o seu ex manto de Ronin perdido por ai atormentando nas ruas. Mas não é difícil que um homem de família que já passou por muitos, inclusive por danos físicos, queira só paz e tranquilidade. Nesse dilema, ambos conseguem ser bastante engraçados, e para quem não esperava muito da série, eles tornam os dois episódios super divertidos de uma forma inesperada.
Com esse equilíbrio do humor e personagens carismáticos, Gavião Arqueiro ainda adiciona a boa ação de rua com lutas simples de corpo a corpo e menos fantasiosas, algo mais parecido ao estilo de luta e ação presenciada nas séries da Marvel apresentadas pela Netflix. Não é algo muito esplendido como Demolidor (2015) ou Luke Cage (2016), mas fazendo jus a iniciação da personagem que ainda está em aprendizado. Agora é só esperar, pois estamos ansiosos pelos próximos capítulos.
Entretanto é nítido que exista uma preocupação maior em apresentar e pavimentar o caminho para que futuramente a Kate Bishop faça sua estreia em alguma nova equipe como os Jovens Vingadores carregando o manto que herdará do seu parceiro. Não que seja ruim ter a Hailee Steinfeld por mais tempo nas telas porque ela rouba a cena, é fantástica e tem um futuro brilhante. Poucas vezes vemos uma introdução tão saborosa e que verdadeiramente te deixe empolgado. E não querendo ser insensível com o Clint, ela conseguiu ter uma introdução 100% satisfatória em relação a introdução do personagem anteriormente.
Tentando ver pelo lado bom, essa nova amizade possa despertar em Barton um novo significado de ser um herói e não deixar que seja em vão o peso do sacrifício em Vingadores: Ultimato para que ele largue tudo de mão. Com uma nova companheira de aventura, surgem novas oportunidades de construir uma nova imagem para o Vingador com o público.
Sou cinéfila e meu filme favorito é indie e pouco conhecido, ele se chama Barbie Fairytopia.