Coluna | O que fez a série animada de Liga da Justiça ser um marco para a DC e para a cultura pop?
17 Novembro, 2021A série animada da Liga da Justiça mexe com o coração dos fãs, e é quase de conhecimento público que a animação é uma das melhores coisas que a DC já fez.
Lançada em 2001, Liga da Justiça é uma animação da Warner Bros e teve a sua primeira exibição no dia 17 de Novembro de 2001 no Cartoon Network. Nessa animação, a equipe é formada por Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Flash (Wally West), Mulher-Gavião (Shayera Holl), Lanterna Verde (Jon Stewart) e J’onn, o Caçador de Marte.
Apesar de ter vindo no começo dos anos 2000, a DC Comics já começava a brilhar nas animações desde 1992 com a série animada do Batman, animação que conquistou uma legião de fãs da época e que hoje é quase um tesouro pra todo fã da DC. Logo em seguida vieram outros filmes animados como Batman: A Máscara do Fantasma (1993), Superman: O Último filho de Krypton (1996), Batman e Superman: Os Melhores do Mundo (1997) e entre outras.
Mas foi com Liga da Justiça que a DC pode trazer um universo muito rico e coeso de suas histórias nos quadrinhos, por isso, resolvi listar alguns pontos que fazem a animação da Liga da Justiça ser considerada um marco para os fãs da DC e da cultura pop:
Personagens
Quando se fala de Liga da Justiça, muitos concordam que a formação perfeita é a da série animada, isso porque ela possui personagens que ficaram marcados e que são os favoritos do público. Shayera, a Mulher-Gavião, é uma dessas personagens. Nos quadrinhos, várias mulheres assumiram o manto da Mulher-Gavião, mas foi com Shayera Holl que o público teve mais afeto a personagem. Shayera é de Thanagar, um planeta conhecido por terem pessoas destemidas e que são verdadeiros guerreiros em campo de batalha. Logo mais descobrimos que sua missão é ser uma espiã na Terra, o que causa um dos maiores arcos da animação.
Jon Stewart também ficou muito marcado por conta da animação. Apesar de ter tido a sua primeira aparição em 1972, foi com a série animada que o personagem se tornou um dos favoritos entre os fãs da DC. Jon é um homem negro e com certeza um dos poucos que existem no universo da DC Comics, o que fez muitas crianças negras terem um afeto ao personagem, já que quando se fala do Lanterna Verde, muitas pessoas nem lembram que existem outros além do Jon.
Personagens como Caçadora, Canário Negro, Questão, Vixen, Arqueiro Verde, Zatanna, Senhor Destino, Supergirl e outros também tiveram bastante destaque em Liga da Justiça: Sem Limites (2004), onde a Liga da Justiça se transforma em uma grande equipe de herois que são divididos em categorias e são administrados para lidar com situações no mundo inteiro.
Histórias e arcos
A série contava diversas histórias focadas nos personagens que se dividiam em duas partes. O protagonismo dos personagens sempre foram o ponto alto da animação, não deixando que eles fossem ofuscados. Essas histórias sempre foram bem ricas e apresentavam personagens que nos quadrinhos possuem poucas aparições ou que nunca tiveram um destaque. Como já mencionado, a história da Mulher-Gavião é uma das melhores da série, onde a personagem acaba deixando a Liga da Justiça. Além disso a série conta com vilões principais, como o Lex Luthor, Gorila Grood, Brainiac, Estrela Safira, Mulher-Leopardo, Giganta, Mongul, Vandal Savage, Morgana Le Fay e diversos vilões.
As histórias são bem completas e dificilmente tem alguma que não seja tão boa. Eles trabalham muito bem as diversas referências que possuem e histórias importantes não só para a animação, mas também pra todo o universo da DC.
Referências
Contando as duas animações, a história é cheia de referências dos quadrinhos, algumas bem diretas. O episódio ‘Para o Homem Que Já Tem Tudo’ é uma adaptação da clássica história do Superman escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons lançada em 1985. No episódio, o Superman esta fazendo aniversario e a Mulher-Maravilha e o Batman resolvem ir até a Fortaleza da Solidão pra comemorar. Ao chegar lá eles se deparam com o Superman colocado em coma devido a uma planta alienígena que foi colocada por Mongul, um dos maiores vilões do Superman.
A animação também conta com crossovers e referências a outras animações. Talvez uma das mais famosas seja o crossover com Super-Choque que estreou em 2000. O Super-Choque aparece no episódio “Era Uma Vez Pelo Tempo” em Liga da Justiça: Sem Limites em uma versão mais velha. O episódio “Epílogo” é uma grande referência e quase cânon das animações da DC. Sessenta e cinco anos depois da derrota de Lex Luthor, Terry McGinnis descobre que é filho biológico do Batman e busca respostas com Amanda Waller. Esse episódio tem referencias a série animada do Batman e também a Batman do Futuro: O Retorno do Coringa, filme animado de bastante sucesso entre os fãs.
Produção
Liga da Justiça e Liga da Justiça: Sem Limites tiveram grandes mentes por trás dos projetos. Bruce Tim foi um dos principais responsáveis pela série. Ele possui diversos trabalhos nas animações da DC e também nos quadrinhos. Dwayne McDuffie, co-fundador da Milestone (selo da DC Comics com foco nos personagens pretos da editora) também foi um dos responsáveis pelo projeto, além de ser um dos criadores da série animada do Super-Choque. Tanto Bruce como Dwayne são pessoas que tem uma longa carreira na DC Comics e com certeza são os principais responsáveis pela DC que conhecemos hoje.
Em entrevista ao Den Of Geek, Bruce Tim disse que Liga da Justiça: Sem Limites foi o trabalho que ele mais gostou de fazer:
“A resposta curta para isso é: eu amo todas as séries que fiz da mesma forma. Não fiz uma única série que me deixasse envergonhado. Alguns dos filmes são melhores do que outros. Meu programa favorito absoluto em que trabalhei, só por causa de como era divertido ir para o trabalho todos os dias, era Liga da Justiça: Sem Limites. É aquele que eu realmente volto e assisto. Eu posso realmente voltar e assistir a toda a Liga da Justiça: Sem Limites em uma semana.
Éramos uma máquina bem oleada naquele ponto. E a equipe que tínhamos era realmente estelar. Dwayne McDuffie, sinto falta dele todos os dias da minha vida. [McDuffie faleceu em 2011.] Eu estava tão sincronizado com ele. Ele me entendeu de uma maneira que nenhum outro escritor com quem trabalhei jamais me entendeu. E não era apenas ele. Sentado na sala dos escritores com Duane, Stan Berkowitz, Matt Wayne e James Tucker. Foi a coisa mais divertida que já tive neste negócio. Normalmente, eu meio que odeio sentar na sala de história quebrando episódios, mas isso foi uma explosão. Cada episódio foi uma alegria para trabalhar com aquela equipe.”
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.