Crítica | Vingança e Castigo: Filme utiliza moldes dos clássicos para entregar um western moderno

Crítica | Vingança e Castigo: Filme utiliza moldes dos clássicos para entregar um western moderno

9 Novembro, 2021 0 Por Murilo Fagundes

Novo filme da Netflix tenta romper com a imagem do gênero western, dando originalidade de forma notável a produção.

Logo que anunciado, Vingança e Castigo, já vinha dando expectativa quanto ao seu resultado, escrito e dirigido por Jeymes Samuel, que também entrou na produção ao lado de Jay-Z. O filme tem um dos elencos mais ambiciosos de Hollywood colocando-o em um nível altíssimo antes mesmo do espectador dar play.

Com uma sinópse simples de qualquer outro filme do gênero, aqui como o próprio nome sugere, o enredo gira em torno de vingança. O filme tem uma originalidade não só por trazer personagens negros pouquíssimo vistos em filmes de faroeste, mas também resgata figuras históricas do conhecimento popular norte americano.

Reprodução: Netflix

Com um roteiro frenético e ótimas cenas de combate, o filme tenta trazer a originalidade do western brincando com a singularidade do diretor, que ao mesmo tempo que acerta por trazer esse aspecto, peca em pequenos pontos empobrecendo algumas cenas e situações.

A narrativa é linear e objetiva, as relações principais são bem estabelecidas, porém por conter uma grande quantidade de personagens o roteiro parece não está preparado para o desenvolvimento deles. Ainda assim, Samuel parece conhecer bem o gênero pois consegue conduzir a história de forma muito fiel de forma cuidadosa, mostrando sua paixão em tela de forma significativa.

O elenco, que talvez seja um dos melhores da temporada, conta com nomes talentosos como Jonathan Majors, Idris Elba, Regina King, Zazie Beetz, Lakeith Stanfield entre outros, que brilham em seus papéis mesmo que estes não sejam tão profundos, até mesmo nos protagonistas que são motivados por uma rixa agridoce.

Reprodução: Netflix

Por mais que Vingança e Castigo seja uma obra ambiciosa ao trazer um “novo faroeste”, a direção novata de Samuel é notável e quase amadora. Não estamos falando de algo tosco, ou de cenas ruins, mas de um conjunto de pequenos erros que podem incomodar. A cenografia com certeza é um dos pontos mais fracos do filme: ele é característico, mas é muito simples; brinca com a cor, mas não é bem feito, sendo mais valorizado pelo elenco e pelo figurino que o enriquece. O que é no mínimo estranho levando em consideração o orçamento milionário do filme.

A trilha sonora é destaque, e aqui o Samuel está de parabéns: a forma com qual ele modernizou misturando o clássico com o novo, casa totalmente com a proposta do filme e traz uma modernidade significativa e gostosa de ver/ouvir.

No final o conjunto do filme agrada, é uma bela obra visual, acredito que vai agradar um grande público, fã e não fã do gênero. A produção conta com um ótimo elenco, uma boa trilha sonora, e uma história repleta de duelos de gangues e muito sangue. Definitivamente, o longa vale sua atenção.