Review | My Name: Série traz nova protagonista feminina cheio de ação e drama para a Netflix
19 Outubro, 2021My Name é um drama coreano que coloca uma jovem em busca de vingança nas mãos de um agressor desconhecido e no radar do chefão que dirige uma organização de drogas.
Já dizia o sábio, Bong Joon-ho, que quando quebrássemos a barreira da linguagem, iríamos descobrir várias produções boas e grandes fora do nicho hollywoodiano. E de boba? A Netflix não tem nada. É por isso que ultimamente estamos tendo mais contato com produções sul-coreanas e elas estão bombando no serviço de streaming e claro, para os brasileiros em especial.
Após o estouro de Round 6, vale ressaltar que existem várias outras produções asiáticas que valem a pena assistir e descobrir, tais como Alice in Borderland, My Name, Bangkok e Girl From Nowhere.
My Name estreou no dia 15 de outubro na Netflix o enredo já chama atenção se você gosta de drama de ação policial, e com protagonismo feminino claro. Além de tudo, você pode pegar referências ao filme Conflitos Internos (2002), produção sul-coreana conhecida ou se você também curte Os Infiltrados(2006) produção de Hollywood.
Yoon Ji-woo é uma estudante do ensino médio e tem sua vida transformada, ou o que podemos dizer parcialmente “destruída” pelas notícias do seu pai foragido que são espalhadas no colégio, como sendo um traficante de drogas. Ela se sente intimidada por colegas de turma que praticam bullying com ela, até mesmo sendo constrangida pela própria direção da escola, de onde é expulsa.
O primeiro episódio já é carregado de um drama intenso qual vai dar o impulso ao restante dos episódios. A jovem assiste o seu pai, Dong-hoon, ser morto por alguém misterioso no corredor do seu apartamento, enquanto não pode fazer nada trancada atrás da porta.
Esse evento é o estopim da sua busca por vingança, principalmente por se sentir culpada e isso a coloca de frente com o seu melhor amigo e parceiro Choi Moojin. Ele ensina a ela os caminhos da vingança, o que envolve muita violência e ação, mas ele também guarda outros planos além desse crescimento dela.
A série não morre aí, mas te apresenta aos outros personagens com seus próprios segredos obscuros, que se conectam com a jovem agora chamada Oh Hyejin. Ela se infiltra na polícia, mais especificamente nos narcóticos, para começar a desvendar os vários segredos de uma grande máfia que vai além somente da morte do seu pai.
Com 8 episódios, a direção fica em nome de Kim Jin-min, responsável pelo drama Extracurricular, também da Netflix, My Name é sempre intensa e não deixa a desejar com as revelações de cada episódio. Já que tramas policiais e de ação, costumam rapidamente cair na mesmice e entediar a medida que os personagens não se desenvolvem. Mas Hyejin, Choi Moojin, Gangjaedo e Pildo constroem uma imensa química na tela, o que fica impossível de não apertar o player a cada episódio que passa.
As cenas de ação e trilha sonora com estilo cyberpunk e synthwave, são impecáveis. Contamos com as lutas bem coreografadas, criativas e violentas, que nunca se repetem e forma. Essas sequências de tirar o fôlego do início ao fim, ganham forças com um show de atuação da protagonista, a atriz Han So-hee, que diz se inspirar em “mulheres fodonas” de produções ocidentais, como a Viúva Negra da Marvel, e a Lorraine de Atômica para dar vida a Hyejin.
A série nos faz imergir no mundo da personagem, com detalhes ricos e vivos da fotografia da cidade e o submundo do crime em contraste com a evolução do psicológico e marcas físicas e psíquicas que desenvolvem e a deixam ainda mais interessante pela sua sede de vingança. Sem deixar ainda de ser sexy.
A fotografia digna de direção de cinema não deixam a desejar nas transições das cenas e cores, fundamentais ao interagir com as emoções dos personagens, pensamentos e tomadas de ação da protagonista.
Kim Ba-Da responsável pelo roteiro, traz uma história espetacular para quem está a procura de um drama policial e que não se perde ou enrola para atingir o clímax. Por isso que a série cresce em cada episódio até o final, e claro, contando com aquela marca registrada da dramaturgia sul-coreana, que são as reviravoltas de deixar a boca aberta.
E quando digo de boca aberta é: não se apegue aos personagens pois o futuro é muito incerto.
Sou cinéfila e meu filme favorito é indie e pouco conhecido, ele se chama Barbie Fairytopia.