Crítica | Viúva Negra: O que era lenda urbana agora é real e incrível

Crítica | Viúva Negra: O que era lenda urbana agora é real e incrível

30 Junho, 2021 0 Por Marcos Marques

Depois de anos finalmente foi lançado o filme solo da primeira heroína do MCU, filme esse que quase virou lenda urbana entre os fãs

Já faz 11 anos desde que a Viúva Negra teve a sua primeira aparição em Homem de Ferro 2 (2010), fazendo com que a personagem chamasse bastante a atenção do público, afinal, Natasha Romanoff é uma das principais personagens dos Vingadores nos quadrinhos e possui um longo histórico da editora. 

Dirigido por Cate Shortland e escrito por Jac Schaeffer e Ned Benson, Viúva Negra conta a história de Natasha após os acontecimentos de Guerra Civil (2016), fazendo com que a protagonista revisite o seu passado e lide com as assombrações de sua vida. 

Falar do filme solo da Viúva Negra envolve um debate muito grande, já que é muito bem claro que a personagem merecia uma trilogia no MCU, assim como os outros protagonistas que já tiveram. A questão aqui é que existe um sentimento muito grande envolvido para contar a história dessa personagem que nunca foi trabalhada nos cinemas da forma como merece. Se você acompanha as histórias da Viúva Negra nos quadrinhos, sabe que a personagem possui muitos arcos e profundidade que não foram mostradas nas telas, já que a Marvel preferiu apostar em filmes com a mesma fórmula e com os mesmos personagens. 

Reprodução: Marvel Studios

Imagina um filme com 2 horas apenas de Viúva Negra? Pois é, esse momento finalmente chegou e você reza pra nunca acabar. Scarlett Johansson consegue elevar o filme cada vez mais, e não é por menos, já que a sua personagem sempre chamou a atenção do público (só a Marvel que nunca se tocou). 

Muitas pessoas ficaram com um certo receio sobre o filme se passar depois de Guerra Civil e também ser lançado após a morte da personagem e eu entendo a frustração e também fui uma dessas pessoas, mas aqui a gente tem uma narrativa bem interessante e que desenvolve não apenas a história da Natasha, mas também de outros personagens. 

Natasha precisa lidar com a sua família que está separada, e então conhecemos Yelena (Florence Pugh), uma personagem que entrou com os dois pés na porta do MCU mandando avisar que a personagem vai render muito nesse universo cinematográfico. Yelena é uma personagem muito firme, que possui sentimentos e frustrações mas também possui um humor bem ácido e engraçado. Junto com Natasha elas formam um equilíbrio perfeito no filme, uma dupla que pra mim já é a melhor de todo o MCU. No filme é mostrado os sentimentos da Yelena, e isso é um ponto crucial para o MCU porque ela, em nenhum momento, se torna uma personagem descartável para o filme. Além disso, Florence se mostra uma atriz bem promissora e não é de agora, já que ela tem se mostrado uma das queridinhas de Hollywood nos últimos anos, com direito a indicação ao Oscar. 

Melina (Rachel Weisz) e Guardião Vermelho (David Harbour) são personagens bem interessantes, mas ainda assim não ganham tanto destaque. Melina é um grande mistério no filme e isso é muito bom, já que envolve alguns momentos muito bons além da ótima atuação de Weisz. O Guardião Vermelho fica com os momentos de alívio cômico do filme (do jeitinho MCU de ser), mas adiciona momentos bem legais e divertidos, o que é esperado entre os fãs. Enquanto o vilão, Dreykov (Ray Winstone) não tem um desenvolvimento tão bom o que é comum para a Marvel Studios, já que esse é o grande problema de todos os filmes. O misterioso Treinador também não é um vilão grandioso, mas traz uma grande referência para os fãs da personagem quando tem a sua identidade revelada. 

As cenas de ação não deixam a desejar, o que era esperado, porque muitos fãs esperam que as cenas sejam tão boas quanto Capitão América: O Soldado Invernal (2014), considerado um dos melhores filmes da Marvel Studios. As cenas são bem trabalhadas e a Viúva Negra dá o nome nessas grandes lutas, provando que a personagem é uma das maiores lutadoras dos quadrinhos. 

Por fim, Viúva Negra é um filme que nos deixa a sensação de querer saber mais sobre a Natasha e isso pode soar um pouco frustrante, já que a Scarlett Johansson confirmou que não irá mais retornar a Marvel Studios. O filme responde várias questões sobre a personalidade da personagem e também expõe os sentimentos dela, talvez não tenha sido o suficiente para compensar o descaso que a personagem teve ao longo dos anos, mas ainda assim soa como um presente para os fãs que viram essa lenda urbana acontecer.

Ah! O filme tem uma cena pós-créditos bem interessante e que deve explorar ainda mais uma certa personagem…