Crítica | Eu Sou Todas as Meninas: Drama policial faz uma denúncia importante, mas deixa a desejar na história
17 Maio, 2021O novo drama policial da Netflix, Eu Sou Todas as Meninas, serve como uma denúncia a esse grave problema.
O filme é baseado em uma história real que aconteceu na África do Sul durante o Apartheid, quando um condenado por raptar seis meninas confessou fazer parte de um enorme esquema de tráficos de pessoas, pedofilia e exploração sexual. O Departamento de Estado dos EUA estima que cerca de 500 a 700 mil mulheres são traficadas anualmente, mais da metade desse número são crianças
Anos mais tarde, já nos dias atuais, a detetive Jodie (Erica Wessels), que trabalha na divisão de tráfico humano, acaba encontrando novas pistas sobre esse antigo esquema.
Apesar de uma premissa interessante, o roteiro não tem um bom desenvolvimento e o filme acaba se arrastando bastante. A detetive não cativa e não é carismática. Cabe então a Ntombi, jovem vitima do tráfico humano e que agora trabalha como perita criminal, trazer mais emoção ao filme. Interpretada por Hlubi Mboya, a personagem se destaca em cena e se mostra a mais relevante do filme.
O foco principal do filme é uma vingança pessoal, mas falta emoção, falta entusiasmo. Os arcos são muito superficiais, o que impede o telespectador de criar vinculo com a história e com os personagens.
Eu Sou Todas as Meninas não é um bom drama, não é um bom thriller policial, mas cumpre com a missão de denunciar a grave questão do tráfico e exploração sexual de mulheres que merece atenção. O filme frisa, alias, que menos de 1% das vítimas são resgatadas.