Oscar 2021 | Professor Polvo: Um documentário mais íntimo do que parece ser
8 Abril, 2021Mostrando um material profundo e inspirador, ‘Professor Polvo’ explora a relação do homem e da natureza.
Dirigido por Pippa Ehrlich e James Reed, o documentário foi gravado em 2010 e mostra Craig Foster, um cineasta sul-africano que mergulha em uma floresta de algas na Cidade do Cabo e cria um vínculo com um Polvo, acompanhando a rotina do animal e todos os desafios do oceano.
Quem olha o material pela propaganda da Netflix acredita que o documentário é como qualquer um, no qual um grupo de pesquisadores nos mostram a vida animal de forma simples como em programas do Animal Planet, da NatGeo e afins. Mas é aí que você se engana: o filme possui uma narrativa muito interessante e que ultrapassa qualquer coisa já vista nesses documentários. Logo no início, Craig conta sobre a sua paixão pela natureza falando um pouco sobre a sua infância e experiências com a natureza, com a qual ele sempre foi conectado. Ele também diz que desde criança nadou no Cabo da Tormenta, lugar onde começa a aventura de Craig no documentário.
Logo nos primeiros minutos, ele faz com que a gente entenda que é um documentário muito íntimo. Craig fala sobre problemas que teve durante o tempo e logo esses problemas viram uma solução, quando ele resolve mergulhar no oceano e gravar todo esse universo submarino. Ele filme absolutamente tudo, nos mostrando um mundo totalmente novo dentro daquela floresta de algas. Mas é quando ele encontra o Polvo que o documentário começa a ganhar vida. Craig acompanhou o animal por quase um ano, mostrando como é a vida dele nesse reino tão rico e gigante. Aos poucos ele começa a criar um laço com esse animal, um laço tão natural que nem parece que é de verdade.
Polvos são animais bem inteligentes, possuem uma inteligência comparada a de um cachorro. No documentário podemos ver toda a capacidade do animal no seu espaço. O que é mais interessante no documentário é que Craig visita o mesmo polvo quase todos os dias. Inicialmente, parece um pouco estranho o fato dele ter certeza de que se trata do mesmo animal, afinal estamos falando de um ambiente gigantesco e nada impede de ter outros. Mas após um acontecimento mostrado no filme, fica muito claro que o Polvo é o mesmo desde o início.
A intimidade do documentário fica por conta da relação do Craig com o Polvo. É muito bonita a forma como ele faz uma analogia a vida do Polvo e as relações da natureza. Craig sabe a sua posição como um humano invadindo um espaço do animal, e até em alguns momentos ele diz que tem vontade de tirar o animal de algumas situações, quando o Polvo está sendo caçado por tubarões. Ele tem todo um cuidado em mostrar essa relação que é muito afetiva e sincera. Ele participa de quase toda a vida do Polvo, e ao longo do documentário é muito difícil não se emocionar com o desfecho da história.
Professor Polvo é um documentário que vale a pena assistir, é um material muito bonito acompanhado de uma trilha sonora clássica e que não dispensa um show visual. Mas além disso tudo, o filme mostra que a relação de Craig com o Polvo ultrapassa a relação homem e natureza e encaminha para algo maior e com um grande significado.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.