Oscar 2021 | Era Uma Vez um Sonho: O pesadelo de um Oscar bait!
24 Março, 2021Logo que saiu a notícia que a Glenn Close e Amy Adams estaria em um drama da Netflix, expectativas foram criadas, afinal ambas são grandes nomes de Hollywood e carregam grandes filmes e prêmios por suas atuações.
O que o pessoal não esperava era uma obra de péssima qualidade com tantos pontos negativos que nada consegue se sobressair, deixando até as atuações em nível baixo.
Com direção de Ron Howard (Uma Mente Brilhante) e roteiro de Vanessa Taylor, o filme é uma adaptação do polêmico livro do mesmo nome lançado em 2016 pelo escritor J. D. Vance baseado em sua própria vida.
“A família Vance se muda para Ohio na esperança de viver longe da pobreza. O membro mais jovem do grupo cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale. Um dia ele é obrigado a retornar para sua cidade natal e se depara com a dura realidade de sua família.”
Com uma sinopse simples de um drama comum o filme vai transitando no presente e no passado mostrando a vida do protagonista, mais precisamente suas desgraças, partindo de uma narrativa muito mais política onde o livro se encontra (lançado em contexto de eleições dos EUA). O filme parece esquecer totalmente dessa narrativa se apoiando apenas nas tragédias dos personagens de forma errônea e apática. Não entrarei em comparação de livro e filme, pois por mais que seja uma adaptação, o longa tem uma outra plataforma e os seus caminhos narrativos são diferentes mesmo que tendo uma obra base para se espelhar.
Era Uma Vez um Sonho, é possivelmente um dos maiores e mais falhos “Oscars Bait” do ano, afinal são duas atrizes conhecidas em um grande drama, grande não em conteúdo, mas no sentindo literal da palavra: quantidade, pois ao final de tudo parecia mais uma esquete satirizada do SNL sobre Oscar Bait!
A personagem da Amy Adams que faz o papel da mãe do protagonista, é uma mulher que tem problemas com as drogas, relacionamentos e em consequência disso problemas com sua família. Um ponto tão importante tratado de forma tão confusa e desconexa, você não consegue se importar com nenhum dos personagens apresentados, nem se quer você lembra o nome deles, isso deve-se a decorrência de um péssimo desenvolvimento narrativo tanto da história no geral quanto da história dos personagens.
A personagem da Glenn Close, que faz a vó, também não consegue elevar a história do filme e com certeza deixa sua indicação de atriz coadjuvante no Oscar questionável, afinal sua performance foi tão boa a ponto de os votantes esquecer todos os problemas que cercava o filme e prestar atenção só na personagem? Acho pouco provável uma vez que todos os personagens estão em conexão direta.
Um péssimo uso dos flashbacks também prejudica a obra, são jogados na tela quase sem planejamento algum, a intenção é transitar passado e presente e mostrar o que o personagem passou até chegar onde ele está, mas é posto de forma tão erronia que te deixa com mais dúvidas e desgosto do que compreensão e empatia com o Vance.
No final de tudo o longa é mais confuso que o sotaque da Amy Adams e parece pegar todas os ingredientes de um drama e jogar em um filme que não te apresenta e nem desenvolve nada, sustentando em uma história comum já conhecida em uma boa caracterização com grandes nomes da atuação.
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