Review | Viúva Negra — Kelly Thompson dá um novo recomeço a Natasha Romanoff

Chegou ao fim o arco do quadrinho da Viúva Negra, que tem como título “Black Widow: The Ties That Bind” (Ainda sem tradução pro português) escrita por Kelly Thompson!

Foram cinco edições da Natasha sendo a espiã que amamos, e resumindo de inicío, podemos contar com uma história emocionalmente complexa e muito envolvente. E mais do que nunca, se faz evidente o contraste entre a Viúva Negra e Natasha que precisamos ver para conhecer mais da personagem.

Parece surreal, mas não é errado dizer que após quase 40 anos da personagem ela ainda é cercada de mistérios a cada história. Mistérios esses que fazem jus ao lema da maior espiã da Marvel Comics. Seja suas origens pouco detalhadas, pelo seu passado entre vilã e heroína, inimigos ou vítimas que voltam para acertar contas ou sua vida pessoal. Por onde Natasha Romanoff passa, algumas dúvidas ficam.

Acompanhando a trajetória da Nat nos quadrinhos, sabe que um dia com ela nunca vai ser realmente um dia comum, ainda mais esse dia envolve seus companheiros de missão, Clint e Bucky. Assim como nos cinemas, suas missões sempre estão acompanhadas de alguma tragicidade e por agora não estão sendo muito diferente. Thompson traz o Arcade como vilão, que já é revelado no fim da primeira edição, e pode não ser conhecido de alguns, mas já passou por diversas histórias dos X-MEN e também da edição recente do Homem Aranha e Kraven. Arcade não possui superpoderes, mas ele possui uma equipe que faz todo serviço podre e digamos de passagem, é um tanto quanto perigoso. Ele se encaixa muito bem na atmosfera de espionagem a qual Viúva Negra ama trabalhar, por isso foi um dos melhores acertos como vilão e o contexto da edição.

A Viúva Negra foi contatada pelo Capitão América para fazer um trabalho de espionagem de última hora. É claro que ela aceita e acha super fácil, é o tipo de trabalho que ela adora e a partir daí vemos diversos contrastes da vida pessoal de Natasha com a Viúva Negra. Após voltar para casa, Natasha percebe que alguém estava em seu apartamento, ela tenta entrar pela janela e acaba caindo e assim começa a “aventura” desse quadrinho. Após o ocorrido vemos uma outra Natasha, totalmente diferente e divergindo da Natasha das primeiras páginas. Que inclusive, essa personalidade e vida paralela são questionados pelos seus colegas.

Um dos contras as algumas histórias em quadrinho da Viúva Negra, é sobre elas não inovarem muito na narrativa. Sempre construírem situações sempre parecidas uma com as outras – Perda de memória, controle mental, vida em risco – Mas estamos falando de uma das melhores escritoras da atualidade quando se trata de repaginar personagens. Aqui Kelly Thompson sabe muito usar as armas que tem para trazer uma história intrigante da Romanoff. Temos a Natalie, com uma nova vida e profissão, novas pessoas ao seu redor e aparentemente uma vida perfeita com tudo que ela quer, e apesar das suas habilidades, ela parece não ser mais uma espiã.

As próximas edições mergulham nesse mistério de descobrir o que aconteceu. O que funciona tão bem para nos deixar sempre em conflito, clássico contos de espionagens onde nem tudo parecer ser o que exatamente você está vendo e faz do leitor também um investigador. Será que a vida que Natasha está levando é excessivamente sentimental ou falsa? Bucky e Clint entram na história e acrescenta o tom humorado em alguns pontos e também mostram a preocupação deles com a Natasha, uma amizade que é digna de muita atenção ao longo dos anos.

A responsável pela belíssima arte é a artista Elena Casagrande, que também traz muitas mudanças no visual da espiã ao longo das cinco edições. Assim como Jordie Bellaire garante as cores demonstrando o carisma, confiança e personalidade da personagem ao preencher cada painel, principalmente ao destacar as cores vermelhas e as vezes sombrias, identidade principal de Natasha Romanoff. A edição ainda não está disponível no Brasil, mas contamos com o lançamento em breve.

• 

• 

•