Uma Mulher Alta: Reconstrução da Vida Pós Guerra

3 Fevereiro, 2021 0 Por Talita Lopes

Beanpole/Dylda ou simplesmente Uma Mulher Alta, no Brasil, é um filme russo que teve sua estreia em 2019 no Festival de Cannes.

O filme se passa em 1945, Leningrado, e conta a história de duas jovens que buscam significado e esperança na luta para reconstruir suas vidas entre as ruínas após a devastação da Segunda Guerra Mundial.

Iya e Masha são duas mulheres cansadas e sobrecarregadas da Guerra, isso reflete tanto no físico, quanto no emocional. As poucas falas, revelam uma complexa dinâmica entre as personagens, que transmitiam as vezes no seu silêncio e troca de olhares, a busca pela esperança de reconstrução da suas vidas e seus desejos. Embora o cerco ao Leningrado tenha terminado, a vida e a morte continuam ligados as duas, que continuaram trabalhando em um hospital e local de acolhimento as vítimas. Um filme de guerra sem batalhas reais, apenas os destroços dela.

O título também não está ai por acaso, Iya é uma mulher gigante, enquanto Masha parece minúscula ao seu lado. No Brasil o nome original também pode ser lido como “Varapau”, expressão utilizada para retratar alguém muito grande e um pouco desajeitado e que não chama muito atenção. Além disso, Iya sofre com estresse pós traumático, que a deixa algumas vezes com falta de ar e paralisada. Masha e Iya parece ter um afeto para além da Amizade no filme, os diálogos e olhares, uma criança em comum, também abre porta para um breve romance.

A história é inspirada no livro A Guerra Não Tem Rosto de Mulher, da autora Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Nobel de Literatura. Uma Mulher Alta é dirigido por Kantemir Balagov, um jovem cineasta de 28 anos que chegou a ter seu filme pré-selecionado para concorrer ao Oscar 2020!

Obs: Apesar do filme se passar num período comunista, nenhum símbolo em relação a isso é encontrado durante ele. A visão do diretor é contra ao período, o que não condiz com a visão da autora do post.