Crítica | ‘Lúcifer’ 5ª temporada — Nova temporada vem com versão melhorada de todas as outras
25 Agosto, 2020O Diabo mais querido finalmente está de volta à Netflix! E ele está em primeiro lugar dos mais assistidos ao redor do mundo.
Os fãs de Lúcifer ficaram esperando por novos episódios há mais de um ano para a primeira parte da quinta temporada. A série tem um dos públicos mais fiéis, quais salvaram a série do cancelamento do canal FOX e a Netflix trouxe a vida de forma melhorada em parceria com a Warner Bros. Lúcifer já está disponível para assistir, retornando com Tom Ellis e seu sotaque maravilhoso em dose dupla. E claro, a gente comenta o que achou da evolução dos personagens e da série aqui.
Diga-me, quais são os seus reais desejos? Não adianta resistir as tentações, uma hora você também vai cair no encanto do charmoso, hipnotizante e conquistador Lucifer Morningstar e apertar o play. A série continua nos divertindo e a trama que mistura um pouco de drama com investigação criminal e muito sarcasmo melhora do ponto de vista das outras temporadas, onde tentar focar mais na evolução das personalidades individuais dos personagens.
A quinta temporada vem mais imprevisível e com personagens mais amadurecidos, lutas, combates e diálogos mais empolgantes. Entretanto, nem todas as evoluções signifcam que foram melhores. Começando com a cansativa narrativa da personagem Mazikeen. A essa altura já sabemos que na série nem todo mundo é muito ruim e nem muito ruim, mas ela em todas as temporadas vem sendo deixada de lado por todos os personagens em que ela tenta ter uma conexão mais duradoura e de confiança. Maze carrega uma carga emocional que por vezes chega a ser forçada ou será que vamos ver um propósito nisso no final? Seria interessante explorar o lado da amizade e parceria com a detetive e sua filha, enquanto ela ainda pode ser um dos demônios mais perigosos do inferno. Para uma personagem forte de ponto vista físico e de personalidade, falta explorar mais das suas conquistas e não somente como a pessoa que vai trair o diabo em todo final. De outro lado, ela vem se mostrando mais independente, principalmente das vontades do rei do inferno e outros personagens.
Miguel é um anjo que veio do céu e é o novo vilão da temporada, e você não está lendo isso errado! O melhor de Lúcifer é transformar personagens que normalmente vemos como bonzinhos em vilões, e os vilões em mocinhos cheios de questões psicológicas mal resolvidas e querendo apenas um pouco de diversão, não só fazer maldades. Mesmo assim o novo vilão não te conquista tanto e é facilmente ofuscado pelo protagonista gêmeo e muito mais inteligente. Seu poder de explorar o medo dos outros é mal utilizados e deixa a desejar na maldade. Logo de cara todos os outros personagens percebem que a tentativa de Michael/Miguel se passar por Lúcifer/Samael são previsíveis e cheia de furos. Propositalmente ou não essa parte, suas motivações são questionáveis ou quase imperceptíveis, visto que ele só apareceu prejudicar e causar tumulto na vida de Lúcifer e para chamar atenção a troco de nada.
Chloe vem tendo uma ótima evolução nas temporadas, agora ela está sabendo da sua origem verdadeira no meio celestial e também tem que lidar com os propósitos de “Deus” e entender mais dos seus sentimentos seja pelo Lúcifer ou sobre seu propósito de vida. Ela é sempre uma personagem decidida e de forma alguma deixa a parte do romance ofuscar sua inteligência e independência. Junto com Lúcifer, continuam a dinâmica como dupla investigativa e como casal.
Eles retornam melhorados e mais empolgados, resolvendo a tensão sexual que ficou pendente por quatro temporadas. Antes quando sob o dominio da Fox, a série tinha pouco conceito das figuras infernais e mais de investigação criminal, mas desde a quarta temporada a gente pode ter um pouco mais dessas histórias, mas a quinta não tem muito foco no que Lúcifer realmente estava fazendo no inferno por dois meses. Além de fazer a passagem dos mortos até lá. Então se você chegou até aqui, o que você pode esperar do Luci é ele tentando resolver as bagunças do seu irmão e crescer com seu relacionamento com a detetive, e os dois em um contínuo amadurecimento dos sentimentos.
Temos muitos outros personagens com destaques e com tramas que ficam equilibradas ao agregar mais drama e comédia aos episódios. Dan passa de um personagem sem sal e que quase leva fama de detestável para o homem que encontra a redenção ao achar o amor verdadeiro, mesmo isso tendo sido retirado dele na outra temporada. Sua participação nos episódios finais tem muito a acrescentar para a segunda parte da série. Amenadiel continua a verdadeira personificação de anjo protetor e sempre disposto a ajudar e fazer a vida de todos ao seu redor ainda melhor. Ele continua crescendo a cada temporada e merece todo o espaço que vem ganhando. Linda e Ella merecem serem felizes e são as personagens, que mesmo sem grandes destaques roubam nossa atenção e são os amigos que anjos e demônios podem contar com sua boa vibe a qualquer momento.
Às vezes a gente só precisa de algo para divertir e dar risada, e bom humor continua sendo o ingrediente principal da série que tem como protagonista a figura mais controversa da mitologia religiosa. Essa temporada contou com um episódio todo em preto e branco e com a temática distante Logo não precisa de fazer coisas emocionantes para atrair a atenção e aplicações de lei do que deve ou não estar ali para compor um bom roteiro ou seguir a cronologia dos quadrinhos.
Lembramos que ainda falta a segunda parte dessa temporada. Tom Ellis em dose dupla atua muito bem deixando bem distinta as personalidades dos seus personagens, expressões e ações dos dois personagens, o que já vale a pena a maratona da semana. Essa temporada pega tudo que você já gostou sobre Lúcifer e o torna ainda melhor.
Sou cinéfila e meu filme favorito é indie e pouco conhecido, ele se chama Barbie Fairytopia.