The Midnight Gospel – uma animação única e perfeita para o inevitável fim do mundo!

The Midnight Gospel – uma animação única e perfeita para o inevitável fim do mundo!

19 Agosto, 2020 0 Por Murilo Fagundes

Criada por Pendleton Ward (Hora de Aventura), The Midnight Gospel traz um diferencial em um catálogo tão único de animações adultas na Netflix.

Dividir espaço com Ricky and Morty, BoJack Horseman, Big Mouth várias outras animações adultas com suas singularidades e público não é uma tarefa fácil, mas The Midnight Gospel se destaca e consegue levar ao público uma experiência única de satisfação e estimulação do pensamento crítico e de perspectiva de vida.

Reprodução: Netflix

Usando espiritualidade, religião, tecnologia, amor, vida e morte como elementos que conduzem a narrativa, a série trabalha seu conteúdo ao longo de oito excelentes episódios, tornando-se facilmente uma das melhores animações já feitas. O personagem principal é Clancy, um podcaster que viaja por meio do seu portal em forma de vagina, por mundos – uma grande simbologia, uma vez é por meio dela que viemos ao mundo –  e estuda suas filosofias e, de quebra, assiste suas destruições inevitáveis.

A primeira vista classificada como mais uma animação para “chapados” (o que não seria um problema, mas é um equívoco), The Midnight Gospel traz uma estética visual e conteúdo que transcende a si próprio de forma satisfatória e prazerosa, induzindo o público a refletir sobre o mundo, a convivência, a humanidade e todos os nossos dogmas quanto sociedade.

Reprodução: Netflix

Tudo isso acontece de forma didática e inteligente, pois coloca temas profundos sem tratar quem está assistindo como um ignorante. No entanto, não assista pesando que você terminará entendendo tudo, afinal esse não é o objetivo – aliás, o real objetivo é mostrar que não sabemos de nada, mas queremos tudo.

As reflexões abordadas em cada episódio combinam exatamente com sua estética, deixando a série muito mais orgânica e comunicativa, o que realmente acrescenta a experiência. 

A tarefa principal da animação é instigar. Instigar a pensar, a refletir, a furar bolhas. Tudo isso é feito de forma bonita e psicodélica. Trata-se de uma série muito bem feita e necessária para o contexto atual, no qual individualidade, preconceito, capitalismo e pandemia se tornaram uma combinação perfeita para a anunciação de um fim.