‘O Grito – Origens’ salva a franquia com uma história agoniante e desesperadora
14 Julho, 2020Sendo uma das franquias mais populares do terror, O Grito (Ju-On) fez um grande sucesso no começo dos anos 2000 e trouxe um novo marco para os filmes de terror.
O Grito – Origens é uma nova série da Netflix produzida por Toshinori Yamaguchi e Kazutaka Sakamoto que conta a historia da maldição que envolve o escritor Yasuo, que escreve livros sobre pessoas que se envolveram com a casa amaldiçoada.
Para quem não conhece a história, é falado que quando alguém morre com muito ódio se nasce uma maldição. Nos filmes dos anos 2000 a história fala sobre Kayako, uma mulher que se apaixonou por seu professor e teve um filho com ele. Um dia, seu marido descobre o diário no qual ela contava sobre o relacionamento com o professor e ele acaba a assassinando junto com o filho e o gato da família. Na série não é diferente, a história é quase a mesma mas acaba envolvendo outros personagens com situações diferentes.
Não é de hoje que diversas franquias famosas do terror tem perdido as forças nos cinemas com reboot ou remake, basta olhar a recepção do último filme dos Jogos Mortais e até mesmo o remake do Grito de 2020, produzido por Sam Raimi. O Grito – Origens consegue resgatar o que conhecemos e o entusiasmo é maior por não ser uma produção ocidental da história. Confesso que assim que acabei de ver a série eu corri para o youtube para ver o que os demais canais estavam falando e me deparei com vários vídeos de pessoas dizendo que não entenderam a série e muitos dizendo que não gostaram tanto.
A série foca em diversos casos, seja com Yasuo ou com as pessoas que ele estava entrevistando como a modelo Haruka e seu namorado e também contando a história de Kiyomi, uma menina que foi estuprada dentro da casa e teve que lidar com uma série de desgraças na sua vida. Acho importante frisar que antes de qualquer coisa você deve se desapegar a versão americana da história, cenas com a mulher de cabelos longos e roupa branca e do seu filho mal aparecem nesta série porque o foco não é esse. A série tenta te prender pela tensão psicológica, que vai muito além de jump scare desnecessários e que se tornaram clichês ao longo dos anos, ela apenas opta por um caminho diferente do que foi esperado.
Sobre a série ser confusa, acredito que o motivo das reclamações tenha sido por causa das histórias dos personagens serem conectadas ou ter um salto temporal muito rápido. Não vou mentir, eu também demorei pra notar algumas dessas mudanças ao longo dos episódios e não conseguia entender como as histórias estavam se conectando, mas tudo isso é resolvido caso você seja uma pessoa que presta atenção em todos os detalhes. Sobre as cenas de medo, existem mais cenas de pura agonia do que a sombra da mulher da casa, algumas cenas são bem pesadas, e já aviso que a série é recomendada para maiores de 18 anos pelo fato de ter momentos perturbadores e horríveis na tela.
Em forma geral, se você espera que a série te entregue algo que você já viu nas versões americanas creio que o resultado não será bom pra você, mas se você procura uma série que te prenda com terror psicológico e que faça você se sentir agoniado a todo momento, O Grito – Origens te dá esse mimo.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.