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Love, Victor: uma leve e divertida jornada sobre autoconhecimento e sexualidade
25 Junho, 2020Love, Victor tinha uma grande responsabilidade em suas mãos: agradar o público pré existente (do livro e filme) e conquistar outras pessoas para esse universo criado.
Criada por Isaac Aptaker e Elizabeth Berger Love, Victor trouxe consigo uma divertida e importante jornada de descobrimento e autoconhecimento do protagonista com sua sexualidade. A série trás outra perspectiva do material já abordado. Love, Simon o protagonista já era mais certo de sua sexualidade e o grande problema era sobre a aceitação da família e amigos, Victor (Michael Cimino) ainda se ver perdido e procura em sua nova vida um recomeço onde descobriria mais sobre ele mesmo.
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A série conduz uma narrativa leve e divertida e segue sua pegada adolescente sem subestimar a inteligência do público e trabalhando o humor, drama e romance na medida certa, mas sem deixar o clichê de lado. Love, Victor consegue atingir uma maior representatividade (não que exista um termômetro para medir) mas, o contrário do filme onde sua família e amigos teve uma aceitação considerada amena do Simon, temos o Victor que sente uma pressão maior em relação a sua família e até mesmo amigos. Outro aspecto importante que acrescenta na experiência do espectador ao ver a série é a jornada do protagonista em descobrir sua sexualidade e como se adequar a sua “nova vida”.
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A série soube trabalhar o núcleo coadjuvante – não com tanta profundidade como o protagonista – mas sua família e amigos também é pauta da narrativa amarrada como parte complementar e não como núcleo solto. Todos os pontos se ligam de forma orgânica e natural, sem encheção de linguiça ou excesso de informação.
Love, Victor entra na estante das novas séries que se comprometem em passar uma mensagem, consegue ser responsável e tocar, afinal existe vários Victos pelo mundo se descobrindo e se aceitando. Eu poderia assistir vários love, Victor, Maria, José, Carlos, Ana… Histórias infinitas de pessoas que estão em uma jornada de descobrimento.
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Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.