Dead to Me: Review 2ª temporada – Drama e comédia na medida certa

Dead to Me: Review 2ª temporada – Drama e comédia na medida certa

18 Maio, 2020 0 Por Talita Lopes
Dead To Me' Season 2 Review: Will the mystery around Jen and ...
Reprodução: Netflix

Jen Harding (Christina Applegate) é uma recém-viúva de temperamento forte que, ao visitar um grupo de apoio para pessoas de luto, conhece a doce e excêntrica Judy Hale (Linda Cardellini). As duas rapidamente criam um laço de amizade derivado de suas perdas, mas nem tudo são flores quando alguns segredos são revelados.

Muito mais que uma série água com açúcar, Dead To Me envolve comédia, mistérios e drama de uma forma que há tempo não se via na televisão americana, com atuações brilhantes das protagonistas Applegate (indicada à melhor atriz de comédia nos mais prestigiados prêmios em 2019) e Cardellini, cuja química que dividem em cena traz os melhores momentos da série.

A segunda temporada de Dead to Me (Disque amiga para Matar/Netflix) retorna com tudo, incluindo a liderança do topo dos seriados mais assistidos da Netflix por 3 semanas seguintes.

Christina Applegate and Linda Cardellini's 'Dead to Me' Renewed ...
Reprodução: Netflix

Jen e Judy estão sob ainda mais estresse do que na primeira temporada e a segunda temporada começa exatamente no ponto onde a primeira parou.  Agora elas precisam lidar com o fato que mais um dos personagens está morto, e na casa de Jen Harding. Sendo a causa da morte revelada por completo através de flashbacks por alguns episódios.

Uma das maiores essências sobre a série, é se concentrar examente no drama e vida pessoal de duas mulheres totalmente opostas, que se juntam por causa do luto e crimes graves; ao mesmo tempo que tentam manter seu trabalho, conciliar a criação dos seus filhos e conviver com a vizinhança regado a muito vinho.

Jen é exatamente uma mulher que não consegue controlar sua raiva e facilmente explode com tudo a sua volta, enquanto Judy é a mulher que tenta perceber tudo de bom ao seu redor e muitas vezes acaba se sujeitando a momentos complicados ao anular si própria para pensar nos outros e se muito mais dependente. Momentos em que a personagem tenta machucar a si mesmo, enquanto outra se afoga em vinho e uma profunda raiva do mundo e si mesma. A amizade é posta a prova em diversos momentos onde exploramos da tristeza, o medo, dor e perda, várias lições juntos com elas.

Enquanto também tem os pontos altos de puro sarcamos e cômicos. Essa narrativa é muito mais explorada e observada durante essa temporada, mais intensa e selvagem com cenas de discussões entre as mesmas, focando sempre em explicar cada detalhe para que não fiquem pontas soltas. Liz Feldman consegue levar o rumo da série a um outro nível, balanceando o senso de humor com cenas tristes e arriscada. Os episódios terminam sem com grandes revelações, o que realmente nos prendem para a sua sequência para obter as respostas desejadas. Por ser uma série de episódios curta duração, é muito fácil assistir um atrás do outro. Resumidamente, esta é uma temporada de passeio emocional altos e baixos, como lidar com traumas ou o fato de não lidar com eles, torna tudo mais complicado um momento. Dead to me, toma bastante cuidado em abordar esses problemas emocionais, ao mesmo tempo que nos faça sentir esse peso de forma muito real.

Seria Dead to Me a série o Queerbaiting do momento?

Oh, não. A showrunner da série é uma mulher assumidamente lésbica, a série por si na segunda temporada mostra um relacionamento bissexual de uma das personagens centrais e também, revela uma outra personagem da primeira temporada que também tem um relacionamento com uma mulher. Obviamente isso não responde a pergunta, mas o foco da série até o momento é mostrar duas amigas que convivem intensamente uma com a outra, o restante se trata de esteriótipos criados por nós mesmo (pela carência de personagens LGBTQ+ em tramas desse tipo que construam um relação com algum final feliz), e nos faça enxergar as mesmas como um casal. O que não seria um mal se chegasse a acontecer, dando uma opinião sobre isso, as personagens estão num nível superior de amizade e compreensão uma da outra. Mas você é livre para shippar.

Dead to Me Season 2, Episode 4 recap: Judy says goodbye to Steve ...
Reprodução: Netflix

Curiosidades:

Christina Applegate (Jen Harding), pediu pra acrescentar a parte da mastectomia da personagem, e que esse momento difícil que mulheres passam em suas vidas e deveria ser abordado, e achou que ela deveria ter um motivo superior pra toda a raiva dela ligado ao decorrer disso. Quando Jen e Judy falam sobre a perda de suas mães; aprendemos mais sobre como a mãe de Jen lutou contra o câncer de mama e como Jen não conseguiu sacudir sua raiva por não ter vencido a doença.

Liz Feldman, criadora do show é Lésbica, e a maioria dos episódios e roteiros são dirigidos e escritos por outras mulheres.

A série tem vários momentos fofos e intensos também, que foram improvisados pelas atrizes.

A série pensou na ideia do gêmeo do personagem Steve Wood, justamente para não perder o ator James Marsdsen.

Dead to me aborda diversos assuntos como traumas de infância, problemas emocionais e familiares, câncer, tentativas de suicídio e morte.