5 Motivos para assistir ‘Motherland: Fort Salem’
12 Maio, 2020Motherland: Fort Salem foi orignalmente pensada para ser um livro, talvez uma trilogia, mas acabou virando uma série sobrenatural que apresenta um grupo de jovens recrutas em um exército de bruxas.
Há mais de trezentos anos, a bruxa Sarah Alder (Lyne Renee) assinou o Acordo de Salem com os líderes do que se tornou o governo dos Estados Unidos, encerrando a perseguição às bruxas e permitindo que lutassem por seu país. Agora, a rebelde Raelle Collar (Taylor Hickson), a entusiasta Tally Craven (Jessica Sutton) e Abigail Bellweather (Ashley Nicole Williams), que vem de uma longa linhagem de bruxas militares, foram recrutadas pelo Exército das Bruxas como novos recrutas, e estão treinando magia de combate sob o olhar atento do agora general Alder e da sargento Anacostia Quartermaine (Demetria McKinney). Mas a ameaça representada por “The Spree”, uma antiga força maligna que usa táticas terroristas contemporâneas, está crescendo, e o trio pode ser implantado mais cedo do que eles pensam. Esta série sombria cria um universo alternativo no qual um matriarcado poderoso está lutando na linha de frente para defender os Estados Unidos. Ela apresenta muito drama, variando de confrontos de personalidade a fortes tensões sexuais entre os personagens. A tentativa de reescrever a história americana do ponto de vista das bruxas também não é muito sutil. Mas a falta de voz masculina durante todo o show é única, e o treinamento místico e o estilo de combate da força militar bruxa é o que o torna divertido. Então aqui estão 5 (cinco) motivos para assistir essa série incrível:
1 – É tudo sobre mulheres e irmandade.
Quase não existem personagens masculinos e os poucos personagens masculinos existentes servem apenas como uma maneira de aprofundar às histórias das mulheres, eles servem como restauro da energia das bruxas heterossexuais. No entanto alguns episódios mostram o problema da queda da natalidade masculina, mas esse não é o ponto. Tudo segue em torno de um forte matriarcado, por mais que seja algo simples não é sempre que vemos algo como isso.
2 – A construção mais abrangente do mundo que você já viu
Estamos falando de toda uma história alternativa em que as bruxas fazem parte do nosso mundo. Não apenas nos EUA, mas globalmente. Todo grande evento e guerra global foi afetado por bruxas. A lendária bruxa Adler está ao lado de Washington, Lincoln e outras figuras históricas. E as bruxas não são apenas pessoas comuns que fazem feitiços ocasionais da maneira como as vemos em outros shows. Elas têm toda a sua cultura distinta. Feriados diferentes, diferentes opiniões sobre casamento, diferentes opiniões sobre o mundo e isso tudo é uma incrível construção de narrativa e background.
3 – Apesar de ser sobre as forças armadas, o programa não é uma propaganda militar
Pelo contrário, muitas vezes é bastante crítico dos militares, o The spree é uma forte crítica ao militarismos e crítica veemente a estrutura militar desse mundo alternativo e chama o alistamento de escravidão, Sabemos que o Spree quer derrubar o sistema com um objetivo nobre, mas corre o risco de iniciar inadvertidamente uma guerra contra a humanidade, o que me fez pensar. As bruxas têm uma chance? Elas não precisam da sociedade. Bruxas não precisam de hospitais, não precisam de suprimentos médicos. Eles não precisam cavar poços para filtrar a água; podem apenas fazer chover casualmente. Eles não precisam de torres de rádio, celulares ou linhas telefônicas para se comunicar. Eles não precisam de fábricas para criar suas armas. Os seres humanos, por outro lado, estamos desamparados sem o nosso sistema. Não existe sistema seguro, se existe sistema sempre existem escravos, prisioneiros e vítimas e nosso sistema é muito fácil de quebrar quando você tem o poder de fogo das bruxas, mas isso é assunto para um outro texto.
4 – A bela cinematografia
Fort Salem disse não às florestas sombrias, não às florestas densas de Vancouver que conheceremos dolorosamente. Tudo é brilhante, bonito, encantador, com fortes tons de amarelo e laranja que deixa tudo mais vivido e ajuda muito na imersão, pode parecer um pouco saturado logo de início mas você se acostuma com a ideia, mas isso não significa que a série não sirva alguns takes com tons frios para o agrado de geral. Apesar de tudo isso nós sentimos em cada cena, que a ameaça é constante, que elas tem que aprender tudo o mais rápido possível.
5 – E por último e não menos importante, a representatividade!
Temos mulheres negras fortes, inteligentes e ambiciosas nas linhas de frente da série, temos uma personagem abertamente lésbica como principal, a sexualidade não é algo aberto a questionamentos aqui e existe uma notória diversidade racial na série. Eu pensei muito em não colocar esse motivo aqui, porque como público LGBT e representante das minorias nós temos que escolher como queremos ser representados, temos pouca representatividade mas não podemos perder nosso senso crítico do que é ou não uma boa representação das pessoas lgbts e das minorias no geral. Uma série que se propõe a ter minorias no seu cast e tratar elas com o respeito e dignidade é o mínimo que se espera quando usam nossas histórias, contudo às coisas são porque são aqui, não existe explicação para sua representação, ela apenas existe, ela é normalizada, e isso é tudo que se espera quando a série não é sobre as nossas lutas, porque ser quem somos já é um ato político.
Motherland: Fort Salem está disponível todas às quartas-feiras, na Free form TV e às quintas-feiras na Hulu.
Formada em Química, professora às vezes e pesquisadora em tempo integral. Fez curso de cinema, mas sem paciência pra cinéfilo, ama quadrinhos e odeia sair de casa.
Série perfeita para quem está cansado (assim como eu) da mesmice das produções sobre bruxas e toda aquela coisa de perseguição e fogueira (não que eu não goste, eu adoro, mas já tive traumas suficientes na vida de seriadora). Depois de me decepcionar com Luna Nera, The Secret Circle, Salem, Sabrina (CAOS) e Charmed, fui assistir Fort Salem sem saber nada sobre a série. Nem os nomes dos personagens, nem o contexto, nada. Só me joguei por que não queria criar expectativas, me apegar e quebrar a cara e gente… Não me arrependi em momento nenhum.
Tinha visto esse tema de bruxas militares somente em animes, achei tudo muito criativo, principalmente o modo como elas usam os poderes. A representatividade para mim ficou algo muito natural, sem forçar nada. Acho que eles souberam construir o ambiente tranquilo para isso.
A Jessica Sutton está uma graça como Tally (minha personagem favorita ever) quero guardá-lo em um potinho e protegê-la para sempre kkkkk
Super recomendo a série.
#Unitbellweather
#TeamTallyCraven
Descreveu direitinho tudo que a série representa! Não vejo a hora dela ter o reconhecimento que merece.