Lois Lane: Inimiga do Povo – Jornalismo investigativo e interesse público

11 Maio, 2020 0 Por Marcos Marques

Sendo uma das personagens mais inteligentes e interessantes da DC Comics, Lois Lane já provou há muito tempo que ela não é apenas a namorada do Superman, e sim, uma grande jornalista que enfrenta seu caminho sozinha.

Escrito por Greg Rucka e desenhado por Mark Perkins, Lois Lane é uma minissérie de 12 edições que foi lançada em 2019, que mostra a maior jornalista dos quadrinhos desvendando mistérios.

Review apenas da primeira edição

Apesar de passar muitos anos sendo conhecida apenas como um par romântico do Superman, Lois já conseguiu grandes feitos. Neste quadrinho é mostrado como ela trabalha sendo jornalista investigativa, um tipo de jornalismo que é bem arriscado já que geralmente você está atrás de informações que são guardadas a sete chaves, e o pior de tudo, é quando essas informações são do governo. Lois é o tipo de jornalista que não da descanso, ela sempre vai direto na fonte e não tem medo nenhum de apresentar o seu material. Ela acredita que a verdade vem em primeiro lugar.

O jornalismo investigativo é aquele que você deve fazer uma apuração bem mais profunda, investigar os fatos ao máximo com declarações de testemunhas e fontes seguras que provem o seu ponto, afinal, a maioria desses casos são de interesse público. Lois faz exatamente isso, e mostra o compromisso com a verdade que ela possui, afinal, não é todo dia que se ganha um Pulitzer, né?

Lois não tem medo de enfrentar e nem de questionar a justiça, ela faz pelo povo desmascarando as mentiras que são contadas mesmo sabendo que isso pode custar não apenas a sua carreira, mas a sua vida. A forma como podemos sentir um paralelo nessa história com a nossa realidade é por algo que, como brasileiros, vemos todos os dias principalmente no período que estamos vivendo. O jornalismo investigativo sempre esteve em alta e cada vez mais se torna grande devido ao uso de tecnologia e apurações rápidas, e é exatamente sobre isso que o quadrinho aponta, que o papel de Lois como jornalista é ir a fundo em suas fontes para extrair o máximo de informação que quando questionada sobre de onde veio os dados, ela ter a plenitude de responder “Eu não divulgo as minhas fontes”.

Talvez, acredito que a DC Comics deveria ter apostado em uma escritora para Lois Lane ao invés de apostar em Greg Rucka novamente. O escritor já trabalhou em histórias da Mulher-Maravilha, Aves de Rapina, Batwoman e também é super aclamado fora da DC Comics trabalhando na Image Comics, mas acho que a melhor opção para DC seria colocar uma mulher para escrever a história dela. Mas Rucka não escreve mal, nesta primeira edição ele nos apresenta Lois Lane de uma forma bem feita e faz com que um leitor novo que nunca leu sobre a personagem se interesse pela sua personalidade chamativa e que somando ao ponto de destaque da personagem, meio que nos livra um pouco da aparição dela com o Superman onde na maioria das vezes ele precisa lidar com seres alienígenas e coisas do tipo.

Lois Lane ainda tem um mistério muito maior nessa minissérie, mas apenas com a primeira edição dá para entender o potencial da personagem que pode e deve ser explorada em diversas mídias.