Benzinho: de forma sensível e bonita o filme consegue retratar a realidade de muitas mães brasileiras
6 Maio, 2020“Irene é uma mãe de família que precisa lidar com a partida prematura de seu filho mais velho, Fernando, que vai tentar a vida como jogador de handebol na Alemanha.” Com uma sinopse, familiar e comum na vida de muitas famílias, “Benzinho” filme de 2018 com direção de Gustavo Pizzi e estrelado roteirizado por Karine Teles (Bacurau e Que Horas ela Volta) tenta levar para as telas o drama de uma mãe que se ver prestes a uma mudança na estrutura de sua família, o longa tem como principal mensagem a partida em uma visão de quem fica.
Um grande sucesso no festival de Sundance e dentro do Brasil o filme rendeu prêmios de melhor filme, melhor atriz (Karine Teles) e melhor atriz coadjuvante (Adriana Esteves) no grande prêmio do cinema brasileiro –O Oscar nacional– que mostra o reconhecimento quanto ao trabalho feito de forma sensível e cuidadosa. Logo na primeira cena onde a família em quase que um tom humorístico tem que passar pela janela da casa após a porta quebrar deixando já aí nos seus primeiros minutos algumas barreiras que a família precisava ultrapassar.
Interpretando de forma brilhante a mãe de quatro filhos Irene, Karine Teles consegue expressar todas as suas emoções e frustrações com a precoce saída do filho, dividida entre alegria e tristeza o filme vai passar grande parte do seu tempo nessa oposição. Esse é um retrato comum na vida de milhares de mães, afinal são comuns as partidas em busca de oportunidades e independência, porém o diferencial do filme é exatamente o ponto o qual ele conta: o de quem fica!
O filme segue essa narrativa e não se perde, até mesmo nós momentos em que a história principal é “deixada de lado” pra da espaço para histórias adjacêntes, como no caso da personagem da Adriana Esteves, que interpreta a irmã da personagem e vive um drama em seu relacionamento.
O roteiro é sensível, cuidadoso e trabalhado de forma respeitosa e real, é bem possível que seu sucesso também seja fruto da identificação a qual as pessoas que assistiram teve.
Apesar do roteiro ser um dia principais pontos do filme, a direção não fica para trás, o diretor trás planos mais fechados para dar um tom de familiaridade, principalmente em cenas onde estão todos reunidos e em cenas onde Irena demostra mais emoções.
Eu diria que o sucesso de “Benzinho” foi baixo afinal não peca de forma grandiosa e entrega roteiro, atuação e direção de forma digna e capaz dando camadas á personagem principal e mostrando que narrativas cotidianas podem sim ser contadas.
Apaixonado por cinema, cerveja e cultura POP. Negro e defensor do cinema nacional