Homem-Aranha: Longe de Casa | Tom Holland e seu grande momento como Peter Parker.

Em Guerra Civil, vimos pela primeira vez o Homen-Aranha no MCU. Peter Parker, ainda muito novinho e sem experiência, é recrutado por um Tony Stark com olho roxo e pra lá de instável. Desde então, tivemos outros três filmes onde construiram uma relação entre os dois.

Esse relacionamento nunca foi o meu favorito. Primeiro porque não sou a maior fã do Homem de Ferro, e como boa leitora de quadrinhos, tenho a total ciencia de que o Peter também não.

Mesmo achando injusto limitar personagens a uma única mídia, confesso que sempre vi essa adaptação com certo julgamento, principalmente porque até agora era muito difícil pra mim enxergar aspectos do Peter que conheço nessa nova versão. E depois de uma terceira tentativa de fazer uma personagem decolar no cinema, ligar ele tão fortemente a outro super heroí não parecia a escolha certa.

Mas Tony Stark está morto. E agora?

Pra ser sincera, depois de ter me decepcionado com Endgame e não ter gostado tanto assim do que vi nos trailers de Far From Home, entrei no cinema de olho torto. Mas que surpresa eu tive!

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Não, o filme não é perfeito. As diversas caracteristicas que sinto terem sido retiradas do Miles Morales, um Homem-Aranha extramamente representativo por ser negro e latino, são nítidas, e isso desencadeia um grande debate importantíssimo. Também acho que poderiam ter tido um pouco mais de corerência na hora de abordar a identidade secreta de Peter que, apesar de dizer estar preocupado com isso, é descuidado milhares de vezes durante sua trajetória como Aranha. E, apesar de funcionar no contexto do filme, ainda acho que poderiam ter diminuido as menções ao Homem de Ferro.

Vendo Far From Homem, sinto que a Sony finalmente conseguiu passar a mensagem de que sua intenção é fazer uma releitura do Homem-Aranha original. Antes, parecia estar tudo meio jogado e o heroí não tinha muito espaço, exatamente por existir uma preocupação tão grande com a relação dele e Tony Stark.

Pela primeira vez, consigo enxergar dificuldades que fazem parte da vida dupla do Peter. A difícil decisão de ser um heroí ou um cara normal, ou então de poder transitar entre os dois sem ser totalmente sugado pelos desafios que essas coisas exigem; a insegurança de nunca se sentir pronto ou capaz; o medo de colocar pessoas amadas em perigo. Ah, e é claro: a incrível capacidade de quase morrer diversas vezes num espaço muito curto de tempo! Típico Peter Parker.

Ainda é difícil pra mim dizer que o novo Peter Parker é  o mais incrível. O Homem-Aranha é uma das personagens que mais marcaram minha vida, e não é fácil me afastar e desapegar do que eu já conheço, mas não posso deixar de dizer que Tom Holland finalmente se achou no papel e que é totalmente capaz de dar vida a uma releitura digna do Spidey. Pode levar um tempo, mas sem dúvida, é fácil aprender a amar.