Crítica | Homem- Aranha: Longe de Casa
4 Julho, 2019Antes de tudo, se você for um grande fã dos quadrinhos do Homem Aranha e esperava uma total fidelidade do personagem desde Homecoming, temos uma notícia. Sabemos que o MCU é um universo que não trabalha assim e essa questão foi muito discutida antes da estréia de Homem-Aranha: Longe de Casa, gerando infinitos debates também acerca de como a personalidade do aranha pode ser mais parecida com outro personagem, O Miles Morales, do que com o próprio Peter dos quadrinhos. Sabemos que a releitura do herói para as telonas envolvem muito mais que adaptar seus quadrinhos e sim também encaixar sua história no Universo Cinematográfico entre contrato entre a Sony e a Marvel studios que dividem os direitos do herói e também com as outras histórias anteriores e futura ligada a esse universo.
Isso não tira nossa curiosidade e entusiasmo para assistir o filme. Homem-Aranha: Longe de Casa encerrou a fase três da Marvel no cinema e logo começa com uma homenagem inusitada e inesperada dos alunos do colégio. Aliás, por falar em começos, o filme se inicia a pouco tempo após os eventos de Vingadores: Ultimato. Cerca de oito meses em que todos retomaram a vida. Sim o filme segue o ritmo Marvel, com momentos hilários e inesperados, principalmente entre Happy Hogan e Tia May.
Como visto nos trailers a aventura se passa com uma excursão para a Europa. O filme trabalha mais os outros personagens e evoluções, e também um romance entre Peter e “MJ”, personagem que recebe mais destaque do que em Homecoming. Peter também tenta tirar uma folga do seu papel de herói, principalmente após a perda do seu mentor Tony Stark/Homem de Ferro e logo mais é abordado pelo Fury, para ajudá-lo com alguns vilões que apareceram e conta com uma ajuda mais inusitada ainda: Mysterio. Que se pinta como um Herói inicialmente.
O Mysterio é sensacional, temos um artigo comentando sobre algumas curiosidades e você pode ler aqui. São muitas referências aos quadrinhos. Então cuidado que qualquer dica sobre ele pode ser um spoiler. Então se você preferir assistir o filme mais lavado e se surpreender não continue lendo pois pode conter alguns spoilers. Quentin Beck está entre os melhores vilões do teioso e sua adaptação não deixa a desejar. Jake Gyllenhaal entrega o vilão que o filme precisa, cheio de truques e armações. Mas com algumas pontas que não são explicadas, então em alguns momentos o filme entrega vários momentos corridos/imediatos sobre as ações do Mysterio.
Já o nosso Aranha, ele já não é mais o mesmo de Homecoming e outros filmes, após passar por muito o personagem parece ter tido um bom amadurecimento e se assim podemos dizer sobre como se comportar e agir diante das situações. O que não é muita surpresa, é sobre algumas motivações do personagem, que são intensificadas pela perda da sua figura responsável Tony Stark. E se pensamos que ele estava morto, alguns plots envolvem o mesmo e as Indústrias Stark.
Ainda sim, temos muito falar sobre o Tom Holland e seu carisma e como ele se entrega ao seu papel. E na medida do possível ele entrega uma performance incrível como Peter Parker, mesmo com todas as divergências de opiniões sobre a adaptação em referência aos quadrinhos, como todos os apetrechos tecnológicos atribuídos de Stark para ele. A necessidade do roteiro de atribuir várias conquistas ao Homem de Ferro pode passar despercebida para alguns. Principalmente ao longo desses 11 anos de MCU em que muitas pessoas se tornaram fã do Stark e gosta de ver todas as referências possíveis ao pilar da Marvel Studios, não se preocupando se a essência do personagem central do filme esteja passando por mudanças.
Com a ligação direta do filme com os eventos de Ultimato, a personalidade de Peter novamente se vê apagada, já que todos nós sabemos que o Homem Aranha é muito mais que alguém que quer ser como outros heróis ou uma luz deles e sim mais sobre encontrar seu próprio caminho e sua própria essência em sua jornada. Como Homem Aranha ainda falha muito em várias questões sobre poderes e responsabilidades, mas nesse segundo filme, está muito acima do que foi entregue em Homecoming claramente.
O roteiro é cheio de plots inesperados, o filme nos entrega cenas de ações muito bem coreografadas e filmadas, também cheia de fanservices entregue diretamente dos quadrinhos entre as ilusões do Mysterio com o Homem Aranha. E em alguns momentos podem incomodar como alguns diálogos que soam bobos e feitos só para rir e talvez não se encaixem nos momentos, mas para outras pessoas isso pode passar batido e irrelevante. E se em algum momento você acha que as surpresas acabaram, esperem só para ver as duas cenas pós créditos e ficar de boca aberta com o acontecido, quais com certeza vão definir o futuro dos filmes e talvez até mesmo do MCU.
Homem-Aranha: Longe de Casa é um filme divertido e gostoso de ser assistido até mesmo com toda família e já está disponível em todos os cinemas do Brasil.
Sou cinéfila e meu filme favorito é indie e pouco conhecido, ele se chama Barbie Fairytopia.