Review | Liga da Justiça: A nova ordem mundial é o melhor quadrinho da Liga?
3 Julho, 2019Hoje vamos analisar o quadrinho “Liga da Justiça: A Nova Ordem Mundial”, uma história muito aclamada pelos fãs e que apresenta uma das formações mais icônicas da liga. Será que a história envelheceu bem? É importante para cronologia da maior equipe da Casa da Lendas? É isso que vamos discutir hoje! Vamos lá (Imagem: Google)
“Liga da Justiça: A nova ordem mundial” é escrita pelo experiente roteirista escocês Grant Morrison (Patrulha do Destino, Homem-Animal) e desenhada por Howard Porter, conhecido por seu trabalho na mensal do Flash. A primeira edição da fase de Morrison foi publicada em Janeiro de 1997. Nessa época a equipe mais conhecida da DC estava passando por momentos difíceis, e a formação das Eras anteriores (Era de Ouro dos quadrinhos e Era de prata) já estavam bem descaracterizadas, Hal Jordan não era mais o Lanterna Verde do setor 2814 e Barry Allen não era mais o principal velocista da Terra. A Liga de Grant Morrison é uma reformulação da equipe, uma junção do “velho” nostálgico com o “novo” moderno, e tal estratégia deu muito certo, tanto que na animação “Liga da Justiça sem limites” vemos uma formação parecida com a de Morrison!
Wally West em JLA #1
Na trama temos a apresentação de novos vilões, mas como é de costume, Morrison surpreende e não cria um panteão de vilões tão genéricos como estamos acostumades. O Hiperclã é comandado por Protéx, aparentemente são alienígenas benevolentes que vieram para a Terra ajudar os humanos com suas maiores mazelas (fome, doenças, violência etc). Rapidamente a trama inicia debates sobre ética e conduta política, Protéx e o Hiperclã começam a executar presos e o povo comemora o banho de sangue. Superman e a Liga repudiam tal ato, passando então a fazer oposição ao novos “Heróis” da Terra.
Protéx e o Hiperclã em JLA #1
O quadrinho não é apenas uma história genérica da Liga, ou de super-heróis no geral, é uma obra com muitos debates interessantes. Em contra parte, consegue ser um quadrinho mainstream que cumpre o seu papel : divertimento, mas não descompromissado.
Outro ponto importante são as relação interpessoais entre os membros do time. Morrison cria diálogos muito interessantes e sabe inserir muito bem os personagens na trama, sem pender nem favorecer mais algum herói. Nesse mesmo tópico podemos destacar um ponto fraco. Diana (a Mulher-Maravilha) fica meio apagada em alguns momentos, e além disso ela é a única mulher no meio de 6 homens. Para piorar a situação da representação feminina no quadrinho, a arte sexualiza diversas vezes a heroína. Porter usa do exagero estético em todos os personagens, mas Diana (por ser mulher) é a única que fica em posições ginecológicas, entre grandes aspas, “sexys” e usa um uniforme totalmente expositivo.
Mulher-Maravilha em JLA #1
“Liga da Justiça: A Nova Ordem Mundial” é um quadrinho com um bom roteiro, um plot interessante e com boas discussões. O mesmo não se aplica para a arte, por mais que seja ágil e detalhista peca por objetificar uma das maiores heroínas da Dc e a única presente na equipe.
Nota: 3 de 5
17 anos, quer escrever quadrinhos. Enquanto não realiza seu sonho, lê e escreve sobre o assunto – agora, seu objetivo é descansar e ler a pilha de quadrinhos acumulada desde as férias passadas.