Mulher-Maravilha: Terra Um | Arte sexualizada esconde um bom roteiro
23 Abril, 2018Em 2010, a DC Comics anunciou uma linha de graphic novels chamada “Terra Um” na qual as histórias dos personagens seriam recontadas de forma totalmente separada do universo principal da DC. O trio principal da editora foi contemplado: Superman, Batman e Mulher-Maravilha, e é da princesa amazona que iremos falar.
Mulher-Maravilha: Terra Um foi escrita por Grant Morrison, conta com a arte de Yanick Paquette e cores de Nathan Fairbairn.
A historia é sobre a origem de Diana e das amazonas, mas contada de uma forma um pouco diferente do usual: ela mostra um lado da Diana mais rebelde, como se fosse uma adolescente quando está naquelas famosas fases de “que se dane o mundo”, que todos nós já passamos.
Diana está conhecendo o mundo do jeito que ele é, e não da forma que ele foi apresentado em sua criação. Por conta disso, a história tem muitos momentos que a personagem fica em choque diante dessa realidade que ela não conhece. Isso já foi visto em várias outras histórias, e até mesmo na versão cinematográfica. No entanto, é claro que quadrinho da Mulher-Maravilha não é quadrinho da Mulher-Maravilha se não trouxer uma mega revelação, né?
O roteiro é bem escrito, bem amarrado e ainda remete e estabelece o que o George Perez deixou em suas histórias: ele mostra que a super-heroína sempre age com o seu coração, abrindo a mente pra verdade e pra justiça. Outros personagens como Steve Travor e Etta Candy têm pequenas participações, mas a rainha Hipólita é bastante presente e participativa na história.
O traço é muito bonito, as cores são bem pintadas e bem suaves para o quadrinho mas o que prejudicou muito foi a hipersexualização da personagem e das amazonas: o traço conta com os seios e pernas totalmente exagerados, tirando a simetria do corpo, e poses irrealistas. Em quase 90% da história, Diana está fazendo caras e bocas, num estilo “sexy”, o que torna a leitura bastante cansativa.
A leitura do encadernado realmente vale a pena, pois a história é bastante cativante embora a arte totalmente forçada. De qualquer forma, o quadrinho vai chamar atenção dos fãs da super-heroína e também de quem têm interesse em mitologia grega.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.