Representatividade no cinema
14 Agosto, 2017As histórias em quadrinhos já estão presentes na cultura pop há muito tempo, desde o final dos anos 30 e o começo da década de 40, com o Superman, Mulher-Maravilha, Batman e outros heróis que são bastante conhecidos e que de fato: amamos.
Porém, as historias em quadrinhos sempre foram voltadas ao público masculino, claro, afinal meninos gostam de coisas de meninos e meninas gostam de coisas de meninas, não é mesmo? Aham.
“Mas, a Mulher-Maravilha mudou isso, e em seguida, outras heroínas da Marvel também”. Claro, a Mulher-Maravilha tem uma extrema importância na cultura pop e de fato é a maior heroína de todos os tempos, não tem como argumentar contra isso.
Mas mesmo hoje em dia, o mundo geek é ainda bastante voltada ao público homem branco heterossexual por diversos motivos. Por conta disso, vários artistas fazem desenhos das heroínas hipersexualizadas, com poses irreais.
É claro que fazem, porque o MACHÃO DA PORRA precisa comprar para se satisfazer, er. Por conta dessa escolha de público alvo, as mulheres, os LGBTs e pessoas negras sofrem com isso: ainda têm pouca representatividade.
“Ah, mas têm negros no filme do Pantera Negra”
“Ah, os atores que fazem o Professor X e o Magneto são gays”
Parabéns Fox, Marvel Studios e afins: não fizeram mais que a obrigação.
A representatividade é de extrema importância quando você faz parte de minorias, quando se é LGBT, ou luta pela causa feminista ou a causa negra.
“Ah mas que mimimi, no meu tempo não era assim” -frase retirada de um senhor de 40 anos que acompanha HQs.
Meu senhor, é claro que as coisas não eram assim. Mas agora estamos em 2017 e a representatividade vai ser cobrada. Estamos fazendo com que ela aconteça independente se o senhor diz que “não é racismo, mas essa atriz que vai fazer a Domino em Deadpool 2 é negra, e ela é branca nas HQs”.
“Ah, acho que estou apaixonado por essa garota [Teagan Croft, que vai interpretar a Ravena na série Jovens Titãs] será que é errado?” -frase dita por rapazes com 25 anos de idade, sobre uma menina de 13 anos. Vocês vão ter que me desculpar, mas é errado, é doentio mesmo.
Claro, nem tudo é tragédia, com o lançamento do filme Mulher-Maravilha -fica aqui agradecimentos a Patty Jenkins- teve muitos mulheres e homens fazendo cosplays do filme, indo a eventos para agradecer a Gal Gadot por dar vida a heroína e por ter representado muitas mulheres ao redor do mundo. Isso é tão maravilhoso que a gente quase esquece quando meia dúzia de pessoas reclamaram pelo fato de terem feito algumas sessões exclusivas somente para mulheres nos Estados Unidos.
Internet é uma coisa maravilhosa, mas ela é super tóxica principalmente quando você se encaixa no movimento LGBT, feminismo ou na luta pela igualdade racial. Parece que vamos continuar vendo comentários horríveis a respeito do que gostamos se continuarmos em silêncio somente por estarmos em minoria. Infelizmente é a verdade.
Resumindo o rolê: Representatividade é de extrema importância sim, e estamos alcançando cada vez mais e isso é muito legal, acima de tudo queremos ser respeitados e notados, sem privilégios, queremos somente o nosso espaço e nossos diretos e a mudança em primeiro lugar vem de nós, que lutamos todos os dias por isso.
Se falar mal da Beyoncé o pau vai comer.